Autor: Lusa/AO Online
Segundo o CENA-STE, num comunicado divulgado, o protesto irá decorrer no dia em que no parlamento “estará em discussão o Orçamento do Estado para a Cultura”.
“Só com um valor substancialmente maior do que o até agora apresentado, aproximando-se o mais possível de 1% do OE, será possível o que temos exigido nestes tempos: que se cumpram de facto as medidas de fundo e de emergência para o sector, para garantir que existimos daqui a um ano e se criem verdadeiras condições, em prol que no futuro nunca mais aconteça o que vivemos nestes tempos”, refere o sindicato.
O CENA-STE, lembrando que “os trabalhadores da Cultura, dos espetáculos e do audiovisual vivem um momento particularmente difícil e confrontam-se diariamente com situações dramáticas do ponto de vista laboral e social”, acusa o Governo de “adiar uma verdadeira intervenção de emergência, limitando-se a pequenas ações claramente insuficientes”.
“No momento em que os trabalhadores do setor procuram manter os teatros abertos, os espetáculos a decorrer, manter a segurança e proteção de todos, o Governo continua a assobiar para o lado para um setor que é dever do estado garantir que tem futuro”, defende.
O sindicato afirma ainda que a proposta de estatuto dos profissionais da Cultura (cuja autorização de criação consta na versão preliminar do Orçamento do Estado 2021) não responde às especificidades do setor” e “limita-se a validar ou criar novas formas de trabalho precário”.
Por tudo isso, “apela à presença dos trabalhadores na concentração à frente da Assembleia da República, no próximo dia 09 de novembro”.
O CENA-STE salienta que “a organização desta concentração está sujeita à responsabilidade que os tempos pedem”.
“Será exigido o uso de máscara, o distanciamento físico e em segurança e o respeito pela etiqueta respiratória”, afirma.
Ao longo dos últimos meses, tem sido sobretudo o CENA-STE a divulgar resultados de inquéritos que tem feito aos profissionais do setor, durante o período da pandemia da covid-19.
No início de outubro, o sindicato revelou resultados do terceiro inquérito lançado, segundo o qual 12% dos trabalhadores da Cultura têm um contrato sem termo e mais de dois terços (70%) trabalham numa segunda atividade.
“Confirma-se que mais de 80% da atividade prevista foi cancelada ou adiada e, ao contrário do que tem sido dito pelo Governo, apenas 7% diz ter visto as suas atividades profissionais reagendadas com data concreta”, adiantou o sindicato.