Açoriano Oriental
Taxa de reciclagem para 32,3% em 2021

Os Açores aumentaram a taxa de reciclagem de resíduos urbanos em 3,5% em 2021, atingindo 32,3%, quando a meta da União Europeia para 2025 é de 55%, revelou o executivo açoriano.

Taxa de reciclagem para 32,3% em 2021

Autor: Lusa

“A taxa de preparação para reutilização e reciclagem cresceu 3,5%, entre 2020 e 2021, cifrando-se agora em 32,3%, de acordo com a nova metodologia utilizada a nível comunitário. É uma subida importante, mas há aqui ainda um longo percurso pela frente ao nível da gestão de resíduos na região, que implica um compromisso de todos - do Governo Regional, das câmaras municipais, dos operadores de gestão de resíduos e sobretudo da população”, afirmou, em declarações aos jornalistas, o secretário regional do Ambiente e Alterações Climáticas dos Açores.

Alonso Miguel falava, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, à margem da apresentação do relatório de resíduos urbanos dos Açores relativo a 2021.

Questionado sobre as expectativas de a região atingir, em 2025, uma taxa de reciclagem de 55%, definida como meta pela União Europeia, o secretário regional do Ambiente disse esperar alcançar esse desígnio com a “colaboração da população”.

“São metas exigentes, mas são as que foram definidas e nós tudo faremos para as atingir. A conclusão do ecoparque de São Miguel dará um contributo importante”, apontou.

Das nove ilhas do arquipélago, sete já ultrapassam as metas da União Europeia, com taxas entre os 67,2% no Faial e os 77,9% em Santa Maria.

As duas ilhas mais populosas e com maior produção de resíduos, continuam abaixo dos 55%, com São Miguel a atingir 26,7% e a Terceira 19,8%.

“A quantidade de volumes produzidos nas ilhas mais pequenas, tirando Terceira e São Miguel, permite que se faça uma triagem manual, fina, que permite recuperar grande parte dos resíduos recicláveis”, indicou.

No caso da Terceira e de São Miguel, a “triagem é quase sempre industrial, pouco fina, e que leva a que não seja possível recuperar uma quantidade tão grande”, explicou.

Apesar do crescimento da reciclagem, os Açores aumentaram também a produção de resíduos urbanos em 2021, atingindo 150.143 toneladas, o valor mais elevado desde 2014.

Em comparação com 2020, foram produzidas mais 8.354 toneladas, o que equivale a um crescimento de 5,9%.

Segundo o titular da pasta do Ambiente, este aumento “ficou a dever-se essencialmente à retoma das atividades de hotelaria e restauração e também ao aumento do fluxo turístico, que se verificou em 2021”.

A produção de resíduos urbanos ‘per capita’ nos Açores, em 2021, foi de 1,74 kg, por dia, um valor acima da média nacional em 2020 (1,4 kg).

O secretário regional admitiu a necessidade de redução da produção de resíduos na região, mas alertou para as dificuldades decorrentes das elevadas importações no arquipélago.

“Vivemos em ilhas e somos obrigados a importar grande parte dos produtos que consumimos e esses produtos, para poderem ser colocados, muitas vezes, no mercado regional, têm de ser embalados de uma forma muito mais elaborada, com vários invólucros”, justificou.

“É difícil conseguir reduzir a produção de resíduos. Evidentemente, passa muito pela consciencialização da população. As pessoas são livres de comprarem aquilo que entenderem, muito mais num mercado globalizado, mas temos de continuar a trabalhar na sensibilização para as pessoas para uma redução”, acrescentou.

Mais de metade dos resíduos urbanos dos Açores (92.599 toneladas) foram produzidos na ilha de São Miguel, a maior e mais populosa do arquipélago.

São Miguel foi também a ilha que mais resíduos depositou em aterro (68%), mas cinco ilhas atingiram “aterro zero” (Corvo, Flores, Graciosa, São Jorge e Santa Maria).

A Terceira, única ilha do arquipélago com incineradora, destinou 70,5% dos seus resíduos à valorização energética, e a ilha das Flores foi a que mais apostou na valorização material (56,9%).

Em 2014, os Açores depositavam 77% dos resíduos urbanos em aterro e em 2021 esse número baixou para 43,2%.

“Registamos uma melhoria ao nível das operações de tratamento de resíduos, numa altura em que a região já valorizou mais de metade dos seus resíduos produzidos (56,8%)”, frisou Alonso Miguel.

A valorização material atingiu 22,5%, em 2021, a valorização orgânica 16,3% e a valorização energética 17,9%.


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