Açoriano Oriental
Sindicato do Pessoal de Voo defende privatização como solução para a Azores Airlines

O vice-presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) defendeu esta sexta feira a alienação de 49,9% do capital da Azores Airlines (ex-SATA Internacional) como forma de evitar o fim da companhia aérea açoriana.

Sindicato do Pessoal de Voo defende privatização como solução para a Azores Airlines

Autor: Lusa/Ao online

"Eu não sou adepto de nenhuma privatização. Infelizmente, como trabalhador da Azores Airlines, tenho de ser ultra a favor desta privatização, porque pelo menos é a garantia ou, pelo menos, a esperança para os trabalhadores que virá alguém com experiência no setor da aviação gerir a empresa e poder melhorar a mesma", disse Bruno Fialho aos jornalistas, depois de uma audição na delegação de Ponta Delgada do parlamento açoriano.

O sindicalista foi ouvido pelos deputados durante cerca de cinco horas, na Comissão Eventual de Inquérito ao Setor Público Empresarial Regional e Associações Sem Fins Lucrativos Públicas, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

Bruno Fialho confessou ainda algumas reservas quanto ao interesse da transportadora islandesa Loftleiðir Icelandic, do grupo Icelandair, que apresentou em julho uma proposta para a aquisição de 49% do capital social da Azores Airlines, que assegura as ligações entre o arquipélago e o exterior, e que, segundo o grupo SATA, já foi pré-qualificada para a segunda fase do processo de negociação.

"Eu ainda nem sei qual é a companhia aérea que vai ou não ficar com 49% da SATA, fala-se na Icelandair, mas ainda não vi nada, não vi estudos, não vi qualquer tipo de contrato, não vi aproximações. Aliás os senhores da Icelandair não são quem tem vindo aos Açores. Aliás até têm sido vistos cá administradores de outras empresas. Portanto, desconheço se será a Icelandair", sublinhou Bruno Fialho.

O vice-presidente da SNPVAC falou ainda em "erros de gestão", "incompetência" e "falta de responsabilização" dos vários conselhos de administração da companhia aérea açoriana nos últimos anos, referindo, a título de exemplo, ao abandono da "rentável" base do Funchal, na Madeira, ou à escolha da frota para o grupo SATA, defendendo a necessidade do modelo Airbus A330 para "poder competir com as restantes" companhias.

"Essa linha [Okland-Terceira-Oakland] não pode ser feita pelo Airbus A321, porque o A321 é um avião que não chega a Oakland, portanto, só pode ser feita com um A330 ou um avião equiparado ao A330", afirmou.

Bruno Fialho falou ainda da necessidade de mais recursos humanos para a empresa, sobretudo de pilotos, sendo que nas contas do SNPVAC "faltam cerca de 40 pilotos", quando está prevista, até ao próximo ano, a saída de 16 pilotos para outras companhias aéreas.

"Entre 10 a 16 pilotos irão sair para outras companhias, nomeadamente a TAP, que oferece melhores condições do que a Azores Airlines. A falta de pilotos já existe desde há dois anos e estamos a avisar há dois anos. Os conselhos de administração não têm querido e o Governo [Regional dos Açores] não tem autorizado a contratação de pilotos”, disse o sindicalista.

Para Bruno Fialho, “neste momento, a companhia está dependente da contratação de pilotos para poder sobreviver, a contratação [também] de pessoal técnico”, desejando que o “conselho de administração consiga dar a volta a esta situação".

O presidente do grupo SATA, António Teixeira, anunciou no passado dia 15 a abertura de um concurso para contratar entre 20 a 24 tripulações para funcionar "sem grandes preocupações" operacionais em 2019.


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