Autor: Lusa/AO online
Os especialistas não sabem ainda quando e onde cairão os 40 a 50 fragmentos do satélite 'Gravity Ocean Circulation Explorer' (GOCE) que se prevê que cheguem à superfície, mas estimam que seja reduzido o risco para os humanos.
"O satélite GOCE ficou sem combustível e foi declarado o fim da missão", informou a ESA em comunicado.
O aparelho, que pesa uma tonelada, tinha 41 quilos de combustível, que chegou ao fim às 03:20 (04:20 em Lisboa), disse à AFP o responsável da missão, Rune Floberghagen.
"Pensamos que [o satélite] não deverá demorar menos de duas semanas ou mais de três" a reentrar na atmosfera terrestre.
O GOCE foi lançado em março de 2009 e ficou em órbita a uma altitude de 260 quilómetros, mas acabou por ser trazido para os 224 quilómetros de altitude, a mais baixa para um satélite de investigação.
A missão, de 350 milhões de euros, durou duas vezes mais tempo do que estava inicialmente planeado.
Sem combustível para se manter em órbita, o aparelho deverá ir perdendo altitude e ficar instável.
A maior parte do aparelho, de 5,3 metros de comprimento, irá desintegrar-se a uma altitude de 80 quilómetros, disse o gestor de operações da ESA, Christoph Steiger.
No entanto, cerca de um quarto da sua massa, cerca de 250 quilos, deverão resistir, atingindo a superfície da Terra numa série de fragmentos, numa área de umas centenas de quilómetros. Desconhece-se para já se isso acontecerá sobre terra ou mar.
"Umas horas antes seremos capazes de prever... com uns milhares de quilómetros de precisão", onde os fragmentos deverão cair, disse Steiger, insistindo que as hipóteses de um ser humano ser atingido são cerca de 65.000 vezes mais baixas do que de ser atingido por um raio.
Em 50 anos de história espacial, nunca houve vítimas de destroços espaciais feitos pelo homem, embora todos os anos caiam na Terra 20 a 40 toneladas de material desse tipo, disse Steiger.
Segundo os cientistas, o GOCE enviou de volta a informação mais rigorosa de sempre sobre a gravidade terrestre e a circulação dos oceanos.
O aparelho foi desenhado e construído antes de 2008, ano em que foram adotadas recomendações internacionais de que os satélites científicos devem poder executar uma reentrada controlada ou incinerar-se completamente após a sua missão.