Autor: Lusa/AO Online
"É uma questão de idoneidade e de oportunidade", respondeu Santos Ferreira quando questionado pelos jornalistas sobre um eventual afastamento de Armando Vara do cargo que ocupa no Millennium BCP.
"A quem compete fazer esse juízo [sobre a saída] é ao Dr. Armando Vara e ao Banco de Portugal. Não me compete a mim, nem a vocês [comunicação social]", afirmou o presidente, sublinhando que "o BCP não tem rigorosamente nada a ver com esta matéria".
"Os órgãos sociais, na minha opinião, estão a funcionar e isso é que é relevante", frisou, sem querer confirmar qualquer reunião com o governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio.
"As notícias que tem havido sobre a matéria não são boas para a imagem do banco", reforçou Santos Ferreira, que acrescentou que "é tão evidente que não é necessário dizer isto a ninguém", quando lhe perguntaram se ia transmitir esta posição ao seu vice-presidente.
Quando confrontado com os casos que têm afectado nos últimos tempos o BCP e se este era mais um duro golpe na imagem do banco, Santos Ferreira referiu: "Eu não diria que é um duro golpe. É um facto que aconteceu e aquilo que há a fazer é tratar dele".
O presidente do banco falou com os jornalistas à saída da conferência "O Direito e a Economia um ano depois da crise: Que lições? Que Perspectivas para o futuro?", organizada pelo Instituto de Direito Económico, Financeiro e Fiscal, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
Antes do início do evento, Santos Ferreira já tinha dito à agência Lusa que "as notícias que têm saído não são boas", tendo sublinhado que "o conselho de administração pronunciou-se na quinta-feira, com base nos factos do seu conhecimento. Se, e quando, houver novos factos, pronunciar-se-á novamente".
Sobre os contactos com o Banco de Portugal na sequência do processo, Santos Ferreira disse apenas que "não é preciso haver a questão de Armando Vara para pedir para falar com o Banco de Portugal ou vice-versa", garantindo que existem contactos com o regulador "quase todos os dias".