Açoriano Oriental
Saúde
Risco de Dengue nos Açores é reduzido
Mário Freitas, delegado de Saúde de São Miguel, afirma que o risco da doença de Dengue chegar aos Açores é muito reduzido porque até ao momento ainda não foi identificada nenhuma situação a nível nacional, apesar da existência do mosquito contaminador no arquipélago da Madeira
Risco de Dengue nos Açores é reduzido

Autor: Luís Pedro Silva
A Delegação de Saúde da Ilha de São Miguel considera que a possibilidade do vírus de Dengue chegar aos Açores “é reduzido” devido ao cumprimento das regras sanitárias implementadas  pela Direcção-Geral de Saúde nas ligações marítimas e aéreas  entre os dois arquipélagos.
“As medidas que estão a ser adoptadas são bastante eficazes em termos de controlo. Apesar do aparecimento do vector na Madeira, ou seja, do insecto que transmite a doença, este poderá não estar infectado”, salienta.
Mário Freitas, delegado de Saúde de São Miguel, explica que o Dengue é transmitido através de um mosquito denominado de “Ae. aegypti”, que segundo a Direcção-Geral da Saúde em Portugal apenas foi identificado no arquipélago da Madeira.
A transmissão do vírus acontece “através da picada de um mosquito a outros indivíduos, que vão ficar doentes, criando-se uma cadeia de transmissão da doença”.
O vírus de Dengue tem um período de incubação de três a 15 dias, sendo que o tempo médio é de cinco a seis dias.
O mosquito ataca sobretudo ao início da manhã e final da tarde, sendo que as pessoas com maior probabilidades de contrair o vírus “são crianças, idosos e viajantes”.
Os efeitos da doença são apresentados, essencialmente, de forma clássica ou hemorrágica.
“O Dengue clássico acontece numa primeira contaminação, enquanto o Dengue hemorrágico acontece numa segunda contaminação. Os sintomas da doença são febre alta, com dores de cabeça por trás dos olhos, dores musculares, náuseas e vómitos, enquanto o Dengue hemorrágico é uma situação mais complicada, com dores abdominais muito severas, vómitos frequentes e alterações ao nível do pulso e respiração”, alerta o delegado de Saúde de São Miguel.
A prevenção da doença é efectuada através da utilização de repelentes de insectos, porque não existe nenhuma vacina contra este vírus.
“As pessoas devem tentar evitar ao máximo a picada do mosquito em zonas de risco”, frisa.
Mário Freitas sublinha que até ao momento ainda não existem casos documentados de pessoas com o vírus de Dengue.
“Apenas existe um sinal de alerta em Portugal emitido pelo director-geral da Saúde, relativamente aos transportes aéreos e marítimos”.
No entanto, o delegado de Saúde indica que “é importante que as pessoas utilizem a consulta do viajante na ilha de São Miguel, como uma acção preventiva para todas as pessoas que se desloquem para zonas de risco.
Mário Freitas revelou que a consulta do viajante na ilha de São Miguel está a ser muito requisitada por pessoas que viajam em lazer ou por motivos profissionais.
“A procura é absolutamente impressionante. Tínhamos pensado em fazer a consulta de forma quinzenal, mas não houve possibilidade e durante os primeiros dez dias as consultas foram realizadas todos os dias. Nos primeiros dez dias foram realizadas cinquenta consultas em São Miguel, o que é um número impressionante”, refere.
A procura registada por este género de consulta motivou uma alteração da frequência das consultas, que passaram de quinzenais para semanais, existindo actualmente uma média de oito a nove consultas por semana.
“É um número bom, porque as pessoas perceberam que é importante deslocarem-se à consulta para gerir os riscos das viagens”.
Mário Freitas aponta que “tanto as pessoas que viajam para África, América do Sul, Ásia e inclusivamente a Madeira, após as notícias vindas a público devem dirigir-se às consultas do viajante”, recomendou o delegado de Saúde de São Miguel.
Devido à existência deste novo serviço de apoios aos viajantes, a Delegação de Saúde de São Miguel vai promover a 14 de Novembro, na Lagoa, um workshop denominado “Viagens à Saúde”, dedicado a esclarecer as dúvidas existentes nas agências de viagens e órgãos de comunicação social.
“Neste momento é importante falarmos sobre os cuidados que as agências de viagens devem transmitir aos seus clientes e recomendamos que aconselhem a consulta do viajante”, afirmou.
Em Fevereiro de 2009 será realizado um colóquio destinado aos profissionais de Saúde.
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