Autor: Lusa/AO Online
“Espera o grupo parlamentar do Partido Socialista de uma oposição responsável que, pelo menos, conceda o benefício da dúvida a quem tem prosseguido este trajeto de recuperação e conduzido a nossa região ao patamar de estabilidade económica que hoje vivemos”, afirmou André Bradford, no final do debate sobre o Plano e Orçamento regionais para 2018, na Assembleia Legislativa, na Horta, ilha do Faial.
Para André Bradford, se a oposição optar “por assumir a rejeição liminar de um Plano e de um Orçamento especialmente dedicados ao rendimento das famílias e ao crescimento” da economia regional, “os partidos da oposição fá-lo-ão naturalmente no exercício das suas prerrogativas democráticas, mas não se isentam de um julgamento político”.
“E da parte do Partido Socialista, o juízo político é claro, os partidos da oposição que assim votarem estarão a renovar a postura de negação, de agoiro que têm mantido ao longo dos últimos anos e a colocar os potenciais incómodos políticos e os eventuais insucessos governativos acima do desejo de progresso e desenvolvimento” dos Açores, afirmou.
Antes, o socialista considerou que, “no discurso da oposição, a retoma ou é uma nota de rodapé ou é uma opinião propagandeada pela maioria, essa eterna culpada de tudo o que corre mal e nunca merecedora do mínimo reconhecimento por aquilo que corre bem”.
“Mas, na realidade da vida de todos os dias, das nossas famílias, das nossas empresas, a recuperação da nossa economia e dos rendimentos das pessoas é um facto, é um estímulo e é uma conquista que é imperioso preservar”, observou André Bradford, exemplificando depois com um conjunto de indicadores, a começar na taxa de desemprego, que era no início de 2014 de 18% nos Açores.
Acrescentando que na sequência daquela taxa, “o Governo Regional canalizou, então, grande parte dos fundos disponíveis para a implementação da Agenda Açoriana para a Criação de Emprego e Competitividade Empresarial”, André Bradford sublinhou que “as medidas tomadas permitiram que hoje se registe uma taxa de desemprego de cerca de 8%”.
“Podemos agora, por isso, entrar, com confiança, num novo ciclo de políticas de apoio ao desenvolvimento”, declarou, reiterando a disponibilidade do PS, partido maioritário no parlamento regional, para acolher, em sede de especialidade, “propostas que possam contribuir para melhorar a ação governativa” e os seus resultados.
Porém, André Bradford lembrou haver “três limites intransponíveis”, o interesse geral, o respeito pelas linhas programáticas do PS, partido que ganhou as eleições regionais há cerca de um ano, e o da responsabilidade política e financeira.
“Alguma oposição faz propostas como se o futuro fosse responsabilidade exclusiva de quem governa, como se o que se aprova não tivesse de ser sustentado financeiramente, como se o simples facto de alguém querer um porto de milhões ou uma atualização exclusiva da sua carreira profissional fosse suficiente para ter, sem qualquer juízo de possibilidade ou de justiça destas pretensões”, acusou, frisando que com o PS tal não sucede.
Segundo o líder parlamentar socialista, “este orçamento, sem deixar de impulsionar um aumento de rendimentos dos açorianos, não contempla tudo para todos, porque tem como princípio fundamental o respeito pelo esforço de todos os açorianos”.