Açoriano Oriental
Açores com 70% da população vacinada
Processo de vacinação contra a Covid-19 decorre há oito meses

Nos Açores, a vacinação contra a Covid-19 teve início a 31 de dezembro de 2020, num processo que ao longo de oito meses permitiu vacinar mais de 70% da população, meta que inicialmente se previa garantir a imunidade de grupo

Processo de vacinação contra a Covid-19 decorre há oito meses

Autor: Ana Carvalho Melo

A 31 de dezembro de 2020, pouco mais de um ano após ter surgido o primeiro caso de Covid-19 em Wuhan, na China, os Açores começaram o processo de vacinação da população, tendo agora a Região ultrapassado a barreira dos 70% da população vacinada.

Nos Açores, a primeira vacina foi administrada em São Miguel, à enfermeira Marina Tavares do Lar da Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca do Campo.
“É a melhor maneira de acabar este ano. Sendo a primeira a receber a vacina, espero que seja um símbolo de confiança e que facilite quem venha a seguir”, afirmou Marina Tavares, na ocasião.

Já o secretário regional da Saúde e Desporto afirmava em dezembro que o objetivo passava por “no menor tempo possível, atingir o maior número possível, para darmos esperança às pessoas e podermos recuperar alguma da normalidade”.

As primeiras vacinas que chegaram aos Açores foram administradas numa primeira fase a grupos prioritários para a vacinação; pessoas com mais de 75 anos; e pessoas de idade até aos 50 anos, com patologias; bombeiros envolvidos no transporte e assistência a doentes; profissionais das Forças Armadas, forças de segurança e serviços críticos.
Mas também à população do Corvo que a meados de março se tornou o primeiro território imune à Covid-19 em Portugal e na Europa. Esta decisão deveu-se, segundo Clélio Meneses, “às especificidades da ilha, a mais pequena e menos populosa dos Açores”.

O início da vacinação ficou também marcado pelas denúncias de vacinação indevidas, como revelou a Ordem dos Enfermeiros ao Açoriano Oriental, e que levaram a Inspeção Regional da Saúde a realizar uma ação inspetiva a todo o processo de vacinação contra a Covid-19, com o objetivo de apurar se ocorreram situações de vacinação indevida. 
Os atrasos na receção de doses de vacinas marcaram também este processo, tendo o diretor regional da Saúde do executivo açoriano chegado a admitir que a Região poderia não cumprir o prazo previsto para a primeira fase de vacinação contra a Covid-19, alertando que as vacinas estavam a chegar a um ritmo lento. “Se não houver alteração no ritmo da chegada das vacinas, dificilmente será conseguido esse prazo para a vacinação do primeiro grupo”, afirmou Berto Cabral, em fevereiro.

Ainda em março foi aberto o novo posto de vacinação contra a Covid-19 em Ponta Delgada, nas Portas do Mar, que à semelhança dos centros de vacinação criados em todos os concelhos, permitiu que o processo de vacinação decorresse de forma mais rápida e eficaz.

Já em maio iniciou funções Pedro Monjardino, que desde então tem sido o responsável por coordenar a logística para o processo de vacinação nos Açores.

A 6 de junho arrancou a “Operação Periferia”, que visou vacinar 70% da população das ilhas de Santa Maria, Pico, São Jorge, Graciosa e Flores, ilhas sem hospital, numa operação com o apoio da ‘task-force’ e de uma equipa militar cedida pelo Ministério da Defesa Nacional.

Entretanto decorria a segunda fase de vacinação nas ilhas de são Miguel e Terceira, que incluiu para além dos grupos com patologias as pessoas com idades compreendias entre os 59 e os 16 anos de idade, por faixas etárias decrescentes, que ainda não tinham sido vacinadas.

Quase no final de agosto iniciou-se a vacinação contra a Covid-19 de jovens entre os 12 e os 15 anos na Região.

Agora que o arquipélago consegue ultrapassar a marca dos 70% de população vacinada, o apelo da tutela é no sentido de motivar quem ainda não foi vacinado a fazê-lo, lembrando que a vacina é a melhor forma de nos protegermos da Covid-19 e das suas complicações.

Recorde-se que inicialmente se considerava que a vacinação de 70% da população era a forma de alcançar a imunidade de grupo. No entanto, o aparecimento de novas variantes do SARS-CoV-2, nomeadamente a variante Delta, alterou o plano inicial, sendo que a nova meta será de 85% da população vacinada.

Evolução da previsão da meta de vacinação de 70% dos açorianos

A 2 de junho, o presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, anunciava que os Açores deveriam atingir a imunidade comunitária à Covid-19 em julho, dado que iriam receber uma majoração de vacinas para as ilhas sem hospital, o que permitiria reforçar as restantes através do contingente regional.

Dias mais tarde, foi apresentada uma calendarização do regresso à normalidade nos Açores, à medida que cada ilha fosse atingindo a imunidade de grupo, estando prevista a retirada das medidas restritivas no arquipélago até ao dia 15 de agosto.

“Acreditamos que, até ao final do mês de julho, possamos ter 70% ou mais das pessoas vacinadas em todas as ilhas, o que significa que duas semanas depois, a 15 de agosto, será no máximo a data previsível para um regresso à normalidade em toda a Região Autónoma dos Açores”, revelava o presidente da Comissão Especial de Acompanhamento da Luta Contra a Pandemia por Covid-19, Gustavo Tato Borges.

Já no final de julho, o coordenador da Task Force da vacinação contra a Covid-19 nos Açores, Pedro Monjardino, afirmava que o número de vacinas entregues à Região permitia garantir que, durante o mês de agosto, seria atingida a taxa de 70% da população açoriana vacinada.


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