Autor: Lusa/AO Online
O caso está relacionado com uma alegada rede de corrupção que tinha como objetivo o favorecimento de um grupo empresarial de Ovar ligado ao ramo das sucatas, nos negócios com empresas do setor empresarial do Estado e empresas privadas.
O empresário das sucatas Manuel Godinho, que chegou a estar em prisão preventiva, é o principal arguido no processo, estando acusado de 60 crimes, designadamente de associação criminosa, corrupção, tráfico de influências, furto qualificado, burla qualificada, falsificação de documentos e perturbação de arrematações.
No despacho de acusação, o Ministério Público (MP) sustenta que o sucateiro, de 56 anos, é "o arquiteto, o engenheiro e o pedreiro do edifício criminoso em investigação", assumindo-se como "a placa giratória" em torno da qual os diferentes arguidos se movimentam, articulando e concertando as suas ações.
De acordo com os investigadores, a rede de influências de Manuel Godinho incluía titulares de cargos governativos, políticos, administradores e quadros de empresas públicas, chefias e funcionários dos serviços de finanças, membros de executivos camarários e funcionários municipais e até membros das forças de segurança.
A acusação foi confirmada na fase de instrução pelo juiz Carlos Alexandre.
O processo, com 36 arguidos (34 pessoas e duas empresas), mais de 50 advogados e centenas de testemunhas arroladas, é composto por cerca de 130 volumes e mais de três centenas de apensos.