Autor: Lusa / AO online
A autorização dada ao departamento do Tesouro norte-americano para gastar até 507,5 mil milhões de euros para estabilizar o sistema financeiro termina hoje, dois anos após a promulgação da lei de estabilização económica de emergência, de 3 de outubro de 2008.
O progrmaa foi lançado no auge da crise económica, em 2008, para impulsionar o setor financeiro, por meio da compra de ativos e ações. A previsão inicial para o programa, que deve ser encerrado na próxima segunda feira, era de 700 biliões de dólares.
Conhecido nos Estados Unidos sob o nome de TARP, o plano de salvação das finanças - projetado por Henry Paulson, então secretário de Estado do Tesouro do presidente George Bush - pretendia resgatar os ativos duvidosos acumulados pelos bancos durante a bolha imobiliária, a fim de limpar os seus balanços e de trazer a confiança no mercado interbancário.
A economia dos Estados Unidos registou um crescimento nos últimos cinco trimestres, mas continua ainda dependente do apoio do Estado federal e do banco central, que não encontram as soluções para um desemprego persistente.
As previsões oficiais apontavam para um crescimento no terceiro trimestre, que terminou na quinta feira: “Alguns economistas fazem uma estimativa de uma progressão anual de três por cento ou mesmo mais”, mas “pensamos que 1,5 por cento é o melhor prognóstico”, afirmou o analista ED McKelvey, de Goldman Sachs.
O debate em curso entre os responsáveis da política monetária, para saber se é necessário voltar a injetar liquidez no sistema financeiro, deixa pensar que o crescimento está nos três por cento.
Números publicados na ultima sexta feira mostraram uma evolução positiva do consumo em agosto, mas há quem diga que são também resultado de uma jogada do Congresso que restabeleceu os direitos a indemnização de certos desempregados de longa duração, atribuindo-lhes subsídios de julho com caráter retroativo.
Três dos maiores organismos de créditos americanos admitiram esta semana ter procedido a apreensões imobiliárias sem realmente ter estado a estudar o estado de todos os processos, um negócio que corre o risco de desencadear continuações à cadeia.
Quarta feira, JP Morgan reconheceu que, em certos casos, os trabalhadores que tratam das apreensões “poderiam ter assinado declarações sobre documentos ligados à empréstimos sem estar a verificar pessoalmente estes processos”.
O banco assim pediu aos tribunais que suspendessem 56.000 procedimentos em curso para verificar os processos em causa.