Açoriano Oriental
Património Baleiro Imóvel apresentado em Angra do Heroísmo
A Direção Regional da Cultura, através do Museu de Angra do Heroísmo, promove, no próximo sábado, dia 28, a apresentação do IPBIA - Inventário do Património Baleeiro Imóvel dos Açores, tendo como foco o património baleeiro da Ilha Terceira.

Autor: Ana Carvalho Melo

A apresentação, que ocorrerá pelas 15H00 no auditório do museu, será feita por Carla Dâmaso, membro da direção do OMA, Observatório do Mar dos Açores, responsável pela coordenação e produção do IPBIA, seguindo-se a projeção do filme de 16 mm “Open Boat Whaling in the Azores/Baleação em Botes de Boca Aberta nos Açores” de Robert Clarke, realizado em agosto de 1949, ao largo da costa oeste da ilha do Faial, durante dois dias de caça à baleia.

Robert Clarke (1919-2011) desenvolveu uma importante investigação sobre a biologia e comportamento de cetáceos, em especial sobre os cachalotes, e sobre as atividades humanas relacionadas com estes mamíferos. Efetuou expedições científicas em todos os oceanos do Mundo, desempenhando um papel central na conservação dos recursos baleeiros do Pacífico Sul e na reconversão de antigas fábricas de baleia em laboratórios de investigação sobre os cetáceos, em países como o Chile, o Peru e o Equador.

Durante o verão de 1949, este investigador percorreu todas as ilhas dos Açores e visitou a maioria das instalações de apoio à atividade baleeira, descrevendo as técnicas da caça à baleia e o aproveitamento, industrial e primitivo, dos cachalotes capturados. Os resultados da sua investigação, publicados em 1954, constituem o primeiro estudo consistente sobre a baleação açoriana, entendida como um fenómeno regional e uma “indústria relíquia”.

Apesar de ter dedicado o seu percurso de investigação à conservação dos recursos baleeiros, Robert Clarke frisou sempre o orgulho que sentia por ter baleado com os homens açorianos, que em difíceis condições enfrentavam as grandes bestas do oceano.

Com esta iniciativa encerra-se o programa de dinamização da exposição “Histórias que vem do Mar”, patente até 29 de setembro, na sala do Capítulo do museu terceirense, na sequência de uma parceria entre o Centro de História de Além Mar, o Observatório do Mar dos Açores e os museus da Horta e de Angra do Heroísmo.

Inicialmente apresentada na cidade da Horta, no âmbito do estudo dos vestígios arqueológicos subaquáticos recuperados durante os trabalhos arqueológicos de minimização do projeto de requalificação e reordenamento da frente marítima daquela cidade, esta exposição foi alargada com painéis e peças associadas a outras realidades do arquipélago, reunindo um acervo variado de que se destacam enormes presas de elefante, âncoras, ânforas e outros objetos do quotidiano de bordo.

Com esta exposição pretendeu-se, ainda, deixar marcadas as diferenças entre a arqueologia subaquática e a caça ao tesouro, destacando-se e enquadrando-se as metodologias usadas pela investigação científica.

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