Açoriano Oriental
Patrão Neves nomeada para Comissão Mundial para a Ética

Composto por 18 especialistas de todo o mundo, o COMEST é um organismo da UNESCO que se dedica às questões éticas relacionadas com ciência e tecnologia

Patrão Neves nomeada para Comissão Mundial para a Ética

Autor: Paula Gouveia

A professora catedrática de Filosofia Maria do Céu Patrão Neves foi nomeada membro da Comissão Mundial para a Ética do Conhecimento Científico e da Tecnologia (COMEST), da UNESCO, para o quadriénio de 2024-2027.

Composto por 18 especialistas recrutados em todo o mundo, o COMEST resulta da consciência de que a ética deve fazer parte da investigação científica e das suas aplicações tecnológicas, e, além de aconselhar a UNESCO, é um fórum de intercâmbio de ideias e experiências, procurando identificar os primeiros sinais de situações de risco; aconselhar os decisores sobre essas questões; e promover o diálogo entre as comunidades científicas, os decisores e o público em geral, como se refere no site da UNESCO.

Segundo Patrão Neves, “o próximo biénio da COMEST terá um enfoque na ética da investigação, do desenvolvimento e da implantação de tecnologias de computação quântica e a ética da investigação astrobiológica e da expansão humana no espaço exterior. E “estes temas são particularmente oportunos”, pois “no que se refere à computação quântica e à crescente complexidade dos algoritmos quânticos, receia-se que agrave a falta de transparência e de responsabilidade na utilização de sistemas inteligentes, tornando ainda mais difícil compreender as razões subjacentes às suas ações ou erros da Inteligência Artificial”.

A professora catedrática explica que é expectável que “a tecnologia quântica crie valor no valor de triliões de dólares na próxima década”.

Já no que se refere à atividade espacial humana, que “tem vindo a receber uma atenção crescente nos últimos anos, devido aos lançamentos de foguetões centrados nos meios de comunicação social, bem como a uma quantidade considerável de atividade comercial impulsionada por empresas privadas e orientada para a geração de lucros a partir de lançamentos de satélites, turismo espacial, extração de asteroides e empreendimentos relacionados, há também um questionamento ético importante com impacto em políticas futuras a este nível, como seja o risco de contaminação, através de micróbios potencialmente nocivos, em dois sentidos: da Terra para outros planetas e destes para o planeta Terra”, adianta Patrão Neves.

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