Açoriano Oriental
Entrevista
"O Parque Atlântico será sempre um local de eleição"
João Pedro Mota, director do Parque Atlântico, afirma não temer a futura concorrência pois o Parque Atlântico, que ontem celebrou o quinto aniversário,  apresenta "uma oferta em área e diversificação que claramente nenhuma das outras superfícies vai ter".
"O Parque Atlântico será sempre um local de eleição"

Autor: Pedro Nunes Lagarto
O Parque Atlântico assinala hoje (ontem) cinco anos de actividade. De que modo é assinalada a data?
É verdade,  um número interessante. Por isso convidámos os funcionários e os clientes a partilhar connosco um bolo “gigante”. Um acto simbólico.
Posso dizer-lhe que nestes cinco anos tivemos 31 milhões de visitas, uma média de seis milhões por ano. E já este ano, até Setembro, tínhamos 4,8 milhões de visitas. E falta o Natal. Para uma ilha com 140 mil pessoas...
Como contabilizam as visitas?
Possuímos mecanismos electrónicos em todas as entradas. Trata-se de contagens auditadas que são importantes para perceber a evolução do tráfego. Costumo brincar, porque alguns dos detectores “vêem” o coração, uma vez que é o ponto mais quente do corpo. Bem, se um bebé vier ao colo possivelmente conta só uma pessoa.
E se  uma cliente estiver grávida?
(Sorrisos) Não, não detecta: os mecanismos medem de cima.
Zona de restauração renovada ?
Sim. A iniciativa nasceu da nossa percepção do que pretendiam os clientes. Verificámos que a par das famílias também muitas pessoas comem sozinhas. Colmatámos assim a tipologia do cliente com a personalização da zona da restauração e criámos ainda uma “sitting area” que visa  proporcionar algum repouso a quem necessita. São pequenas coisas que implicam muito trabalho e investimento. Portanto, era uma necessidade que acaba por coincidir com a época de aniversário.
Em que medida o Parque Atlântico contribuiu para alterar a actividade comercial e o lazer em São Miguel?
Veio colmatar uma necessidade na maior ilha dos Açores. Muitas pessoas iam - e outras continuam a ir - ao continente  efectuar compras. Este centro veio responder a essa necessidade de uma oferta diferenciada e diversificada.
Como tem a administração encaixado as observações e críticas efectuadas pelo comércio tradicional ?
Penso que é uma forma de reagirem às suas próprias dificuldades. O surgimento dos centros comerciais está associado à evolução do comércio, um caso de sucesso em Portugal, diga-se. Por vezes as pessoas ficam espantadas com a abertura de novos centros comerciais, mas o facto é que há lugar para todos. As pessoas querem passear, fazer compras e comer em centros comerciais.
É também uma forma diferente de trabalhar assente numa gestão mais bem conseguida, porque evoluímos constantemente no sentido de colmatar o que está em falta ou a mais. No comércio tradicional cada um trabalha de forma independente.
Ao longo destes cinco anos houve lojas que fecharam e outras que abriram. A ocupação está estabilizada?
Temos uma ocupação normal de 98 a 99 por cento em termos de área bruta locável.  É uma taxa muito positiva. O fecho de lojas e a abertura de outras é um fenómeno normal, e até salutar, por transmitir alguma frescura aos centros comerciais. É normal uma taxa de rotação até 10 por cento, mas nós estamos longe disso.
Quando o Parque Atlântico abriu perguntámos ao comércio tradicional como estava a preparar o embate com a nova superfície comercial. Hoje pergunto-lhe a si como está a planear enfrentar a concorrência de pelo menos um novo centro comercial, na zona da Calheta?
Era de esperar que surgissem novas oportunidades de negócio na ilha de São Miguel.
De qualquer modo, o Parque Atlântico tem uma oferta em área e diversificação que claramente nenhuma das outras superfícies vai ter. Seremos sempre um local de eleição.
Na sua opinião, a  ilha comporta mais centros comerciais?
É uma resposta que cabe ao mercado.
Com a proibição do fumo foi notório um certo  esvaziamento na zona da restauração. Que reflexos ?
Temos sempre enorme cuidado com a qualidade do ar a nível da limpeza, substituição de filtros e monitorização.
O facto é que a proibição levou os fumadores a agirem de forma diferente e até ao final do ano vamos tentar proporcionar ainda maior conforto aos locais frequentados pelo fumadores (no exterior). Estamos também a analisar a possibilidade técnica e estética de criar uma zona de fumo interior. De qualquer modo, é uma opção tecnicamente complexa.
Falemos de segurança. Alguns lojistas têm sido alvo de roubos. O que tem sido feito para garantir a segurança das pessoas e bens?
É uma preocupação constante, de qualquer modo, os roubos acontecem em todo o lado.
Possuímos uma sistema de videovigilância para as áreas comuns e funcionários encarregues da segurança. As lojas possuem também as suas regras e mecanismos de controlo.
A outro nível, contamos com um plano de emergência em caso da necessidade de evacuação (incêndio, sismo). Pessoalmente, contacto com os responsáveis  das lojas para perceber até que ponto dominam as regras de segurança internas e a utilização de meios de combate a incêndio. Acrescem as acções de formação.
Repare: as áreas do Ambiente e Segurança são pontos -chave do universo Sonae, a maior especialista em centros comerciais.
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