Açoriano Oriental
Cultura
Música açoriana reunida no Teatro
Chama-se 25 Anos de Música Original nos Açores e é um projecto levado a cabo por um grupo de jovens músicos - com e sem origem açoriana - que consiste num concerto com 20 músicas e num livro com transcrições de um conjunto de temas que marcaram uma época de ouro da produção televisiva e musical nos Açores.
Música açoriana reunida no Teatro

Autor: Rui Jorge Cabral
Haverá dois concertos, amanhã e sábado (dias 16 e 17) no Teatro Micaelense, pelas 21h30 e amanhã será também apresentado, às 21 horas, o Livro de Canções de Autores Açorianos (com versão inglesa para uma maior universalidade). Espectáculo e livro são na verdade as duas faces de um mesmo projecto, que tem por objectivo divulgar e preservar para o futuro um património rico da música moderna açoriana. À cabeça do projecto surgem, na direcção musical e nos arranjos, Rafael Fraga, João Paulo Esteves da Silva e Augusto Macedo. Alexandra Ávila e João David Almeida darão voz às canções, mas em palco estarão 14 músicos em quase outros tantos instrumentos, que prometem dar uma forma nunca antes vista a conteúdos, alguns deles muito conhecidos do público açoriano.
O concerto terá uma componente multimédia, com a projecção de imagens e a intenção é que passe também a DVD. Além disso, é ainda intenção dos produtores do projecto, o próprio Teatro Micaelense e a RTP/ RDP-Açores, que o Livro de Canções venha a ser posteriormente vendido no Continente. Ontem, decorreu no Teatro Micaelense a apresentação do projecto 25 Anos de Música Original nos Açores. “Queremos deixar para memória futura um registo que sirva como base de trabalho para compositores, intérpretes e estudantes e que seja uma fonte de referência sobre este período de produção musical que começa com os Construção, em 1982 e depois se desenvolve sobretudo pela acção da RTP-Açores, que apostou nas bandas sonoras originais para as suas produções televisivas”, afirmou na ocasião a presidente do conselho de administração do Teatro Micaelense, Ana Teixeira da Silva.
O director musical, Rafael Fraga, lembrou que apesar da juventude dos músicos envolvidos no projecto, foi a memória das séries televisivas de finais de 80, inícios de 90 na RTP-Açores, que os impulsionou para um trabalho de “pegar nas raízes e trazer uma nova perspectiva sobre o que eles acham ser as potencialidades desta música”. “O espectáculo tenta dar uma amostra obviamente subjectiva do que poderá ser uma facção representativa da música de autor que se tem feito nos Açores”, afirmou Rafael Fraga aos jornalistas. Os arranjos respeitam a essência das músicas originais de nomes como José Medeiros, Luís Alberto Bettencourt, Aníbal Raposo ou Luís Gil Bettencourt, entre outros menos conhecidos e agora recuperados. “Há neste reportório temas que mostram a universalidade desta mensagem e deste algo para dizer que as pessoas que cá vivem têm”, refere o director musical do projecto. Na verdade, apesar da “baliza” dos 25 anos, Rafael Fraga admite que os anos entre 1985 e 1992 são os realmente marcantes para o reportório escolhido, onde as músicas de séries como “Xailes Negros” ou “Balada do Atlântico” são a referência. Rafael Fraga diz também haver hoje no meio musical muito interesse em cruzar linguagens e a música açoriana não fica aqui de parte.
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