Açoriano Oriental
Mercados de Natal dinamizam pequenos negócios a desempregados
A chegada da época natalícia é acompanhada da proliferação de mercados de Natal e de lojas temporárias em centros comerciais, o que proporciona emprego, também ele temporário, mas que significa uma ajuda no orçamento familiar.
Mercados de Natal dinamizam pequenos negócios a desempregados

Autor: LUSA/AO Online

Em Lisboa, na feira "Anjos na Rua: Edição Natal com os Anjos", artesãos dos mais variados ofícios e vendedores de artigos em segunda mão tentavam a sua sorte. Elsa Botelho é artesã há 25 anos e já fez bijuteria com vários materiais. Trabalha com arame e dá forma a brincos, colares e anéis, e está desempregada. "Neste momento, é o meu único orçamento, mas ninguém ganha muito com isto", lamentou. Para combater a crise, marca presença em várias feiras nacionais e pensa criar uma página na internet para aumentar as vendas. Placas de madeira é aquilo a que se dedica Ana Rita Rodrigues há cerca de quatro meses. Estando desempregada, artesanato é a sua única fonte de rendimento, mas "como isto ainda está no início ainda não dá muito", disse. Por isso, também está presente em várias feiras de Natal e tem os seus artigos em exposição numa loja na Ericeira. Já Paula Geleia dedica-se à costura, que é um gosto que tem desde criança. "Com o desemprego, os meus amigos começaram a incentivar-me a criar peças e então eu tirei uns cursos e agora dedico-me a isto a tempo inteiro", afirmou. As feiras como o Mercado de Natal do Campo Pequeno, também na capital, acabam por ajudar a dinamizar pequenos negócios. Daniel Mendes fundou a empresa “Um barra um”, um projeto de venda de cadernos cozidos à máquina que nasceu de uma brincadeira entre amigos e que agora o faz estar presente “na maior parte das vendas em mercados” do género. As carteiras “Iska” são o negócio de Ana Isabel Mendes. Como não tem uma loja, a empreendedora frequenta mercados e feiras para dar a conhecer o projeto e vender os produtos que faz. Para quem tem outras possibilidades, pode testar um conceito e a sua aceitação por parte do público alugando uma loja num centro comercial de grande dimensão, por um curto espaço de tempo. O grupo Sonae Sierra, que detém centros comerciais por todo o país, como o Colombo, em Lisboa, ou o Via Catarina, no Porto, possibilita a comerciantes o aluguer de um espaço até seis meses, com a hipótese de passarem depois para contratos maiores. A coordenadora da área de comercialização de espaços temporários do grupo, Paula Coelho, disse à Lusa que este conceito é mais procurado no Natal por operadores de produtos alimentares, de produtos tradicionais portugueses, moda e decoração. Desde o lançamento da modalidade, em 2012, o grupo já contou com 163 lojas temporárias, que empregaram, em média, quatro funcionários cada. Quem tem a necessidade de aumentar o orçamento familiar tem também aqui a possibilidade de desempenhar um trabalho temporário nesta altura do ano, quando a procura por colaboradores de reforço aumenta, disse a responsável. Só a cadeia comercial “El Corte Inglés” contratou 700 pessoas para trabalho temporário para atendimento, embrulhos ou secções de logística, segundo notícias publicadas na imprensa. Fora dos centros comerciais, em Lisboa, hoje realiza-se a “Feira das Almas”, na Rua Regueirão dos Anjos, entre as 11:00 e as 19:00 e o Bazar do Poço, na Rua do Poço dos Negros, está aberto até ao dia 23 de dezembro, das 15:00 às 20:00.

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