Margarida Silva, que já tinha sido prata nos 1.500 metros, correu os 800 metros em 2:10.38 minutos, novo recorde dos Jogos Surdolímpicos, superando a anterior melhor marca de 2:10.50.
“A medalha de prata já era um sonho, agora a de ouro nem se fala. Eu confesso que vinha com algum ‘rancor’ dos 1.500 metros, porque senti que podia ter ganho se não tivesse perdido a sapatilha. Nesta prova só pensava que conseguia e em aguentar até à meta”, disse no final da corrida.
A atleta portuguesa bateu a russa Iuliia Abubiakirova, a competir sob bandeira neutra, que terminou em segundo, com 2:10.64 minutos, enquanto a chinesa Na Gao foi terceira, com 2:11.69.
A atleta lusa salientou que a concorrência tinha qualidade, mas que entrou na final já a apontar ao pódio, com o ouro na ‘mira’.
Depois de subir ao lugar mais alto do pódio, Margarida Silva lembrou o percurso até integrar o projeto surdolímpico, enaltecendo a importância de correr feliz e com saúde.
“Eu quando assumiu a surdez foi para reduzir níveis de stress na competição. As coisas não estavam a correr bem no atletismo. Nos últimos 15 meses integrei o projeto e foram para fazer reabilitação. Estas medalhas são especiais, porque representam o recuperar e o correr com saúde e felicidade”, disse.
Esta é a quinta medalha lusa nesta edição dos Jogos Surdolímpicos, com as duas de Margarida Silva a juntarem-se ao ouro da judoca Joana Santos em -57kg, enquanto o ciclista André Soares conquistou a prata no contrarrelógio individual e o bronze na corrida de pontos.
Margarida Silva tornou-se também na primeira portuguesa a conquistar uma medalha de ouro para o atletismo em Jogos Surdolímpicos.
