Açoriano Oriental
Mais de 100 mil postos de trabalho serão perdidos no comércio
Mais de 100 mil postos de trabalho, em termos líquidos, deverão ser perdidos no sector do comércio nos próximos quatro anos, estimou quinta-feira a CCP - Confederação do Comércio e Serviços de Portugal.
Mais de 100 mil postos de trabalho serão perdidos no comércio

Autor: Lusa / AO online
“A CCP tem fundadas razões para considerar que o sector vai continuar a perder muitos postos de trabalho nos próximos quatro anos, cerca de 20 por cento dos activos, ou seja, um valor que excede claramente os 100 mil postos de trabalho”, refere o presidente da CCP, José António Silva, em comunicado.

A análise da CCP tem por base os dados agregados do primeiro semestre de 2007 que confirmam a tendência negativa registada nos últimos anos, tendo-se perdido desde 2005 mais de 40.000 postos de trabalho líquidos no sector, assistindo-se em simultâneo a um acentuado aumento da precaridade.

“Não restam dúvidas de que estes valores confirmam o impacto claramente negativo da expansão das grandes unidades comerciais sobre as PME do comércio e sobre o nível de emprego no sector”, sublinha José António Silva.

“A tendência agora registada tenderá a agravar-se, pois muitas das unidades comerciais autorizadas ainda não entraram em funcionamento, não se sentindo ainda verdadeiramente todo o impacto da lei do licenciamento comercial”, adianta o presidente da CCP.

Após a entrada em vigor da lei do licenciamento comercial, assistiu-se a um elevado número de aberturas de estabelecimentos pertencentes aos grandes grupos de distribuição.

Só no comércio alimentar, o número de autorizações desde 2004 é já claramente superior à área autorizada entre 1997 e 2004, refere a CCP.

Tendo em conta que a grande distribuição criou nos últimos 3 anos cerca de 15.000 postos de trabalho e que a criação líquida de desemprego foi de menos 40.000 postos, a CCP conclui que, por cada posto de trabalho criado na grande distribuição são eliminados, em média, 4 postos de trabalho no comércio independente.

A posição da CCP surge também depois da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição ter entregue na Assembleia da República uma petição a pedir a abertura das grandes superfícies ao domingo e feriados à tarde.
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