Açoriano Oriental
Transportes
Ligação do TGV ao Aeroporto do Porto só depois de 2013
A secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, reafirmou quarta-feira à noite que o Aeroporto Sá Carneiro, Porto, vai ter uma ligação à futura rede ferroviária de alta velocidade, mas só depois de 2013.

Autor: Lusa / AO online
"Não me posso comprometer com o «timing»", disse Ana Paula Vitorino no Porto, num debate sobre "O futuro do Aeroporto do Porto: Rede ferroviária e modelo de gestão", organizado pela Junta Metropolitana do Porto (JMP).

A governante salientou que a ligação ao aeroporto "não estava estudada tecnicamente", o que impede o Governo de se comprometer com uma data para a sua conclusão, designadamente ao mesmo tempo que a linha Porto-Vigo, que deverá abrir à circulação em 2013.

Ana Paula Vitorino referiu que estão a ser equacionadas várias alternativas, entre as quais a ligação "maioritariamente em túnel" entre Campanhã e o aeroporto, solução que custará cerca de 600 milhões de euros.

A Rave, Rede Ferroviária de Alta Velocidade, está também a analisar a viabilidade física, económica, financeira e ambiental das alternativas de ligação do aeroporto à estação de Nine ou a criação de uma "variante", que faça a ligação Sul-Norte com passagem pelo aeroporto e pelo Porto de Leixões.

A secretária de Estado disse também que "a estação central de alta velocidade no Porto será Campanhã", porque foi considerada viável a utilização da Ponte S. João.

Contudo, será reservado um canal para que, no futuro, se possa optar por um troço ferroviário que tenha uma travessia do Rio Douro independente da que existe.

A linha de alta velocidade entre Lisboa e Porto, que estará concluída em 2015, vai ser independente da actual Linha do Norte, que passará a ser utilizada apenas pelos comboios regionais, suburbanos e de mercadorias.

O único troço comum será a ligação entre Gaia e Campanhã, pela Ponte S. João.

Carlos Fernandes, administrador da Rave e da Refer, afirmou que não vai haver congestionamento desta ponte nem atrasos na travessia do rio, quando as duas linhas estiverem a funcionar em simultâneo, porque "é um troço muito curto".

Ana Paula Vitorino considerou "absolutamente fundamental" fazer um novo troço entre Braga e a fronteira com a Galiza, porque o actual está "manifestamente degradado", e recordou que o objectivo fixado para a ligação Porto-Vigo é de uma hora de viagem, pelo que o comboio irá circular a 250 quilómetros por hora.

O presidente da Associação Comercial do Porto, Rui Moreira, criticou a opção do Governo de avançar com a linha Porto-Vigo e só depois com a ligação ao Aeroporto Sá Carneiro, defendendo que seria preferível esperar pelos estudos técnicos e avançar com as duas obras em simultâneo.

Ana Paula Vitorino argumentou que o adiamento da obra teria o "custo de oportunidade" da perda de fundos comunitários, e garantiu que a ligação ao aeroporto será feita "logo que possível".

O presidente da JMP e da Câmara do Porto, Rui Rio, que moderou o debate, assumiu como "consensual" que a linha Porto-Vigo deve avançar de imediato, desde que a ligação ao aeroporto "não fique para as calendas gregas".

O debate acabou por se centrar na rede ferroviária de alta velocidade, a pedido de Ana Paula Vitorino, que se escusou a pronunciar sobre o modelo de gestão do Aeroporto Sá Carneiro, por não estar sob a sua tutela.

Contudo, Rui Rio e Rui Moreira aproveitaram a ocasião para alertarem para o perigo de um "monopólio privado", prejudicial para o "Sá Carneiro", caso o Governo persista em privatizar a ANA, atribuindo a gestão dos aeroportos civis portugueses à concessionária do novo aeroporto de Lisboa.
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