Açoriano Oriental
CDS-PP
Líder defende que a sua legitimidade para as legislativas "não é contada por dias"

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, defendeu hoje que a sua legitimidade para liderar o partido nas eleições legislativas “não é contada por dias” e afirmou que o adiamento do congresso é “completamente irreversível”.

Líder defende que a sua legitimidade para as legislativas "não é contada por dias"

Autor: Lusa /AO Online

“A legitimidade não é contada por dias. […] Se eu tenho legitimidade até 20 de dezembro para fazer o programa, apresentar protagonistas e fechar listas, porque diabo eu não terei legitimidade para apresentar o partido em urnas para executar a minha estratégia, o meu programa e apoiar os meus candidatos?”, afirmou, sobre o facto de o seu mandato terminar poucos dias antes das eleições legislativas.

Em entrevista à SIC Notícias, Francisco Rodrigues dos Santos defendeu que “até novo congresso o líder está sempre legitimado”, indicando que líderes anteriores, como Paulo Portas, também “protelaram os seus mandatos”.

O presidente do CDS-PP reiterou a justificação dada pela porta-voz do partido na quinta-feira - após o Presidente da República ter anunciado ao país a marcação de eleições legislativas antecipadas para 30 de janeiro – de que o congresso em novembro não daria tempo para preparar o programa, as listas de deputados e até uma eventual coligação.

E frisou que “é completamente irreversível” o adiamento do congresso, apontando que “de acordo com as regras do partido não é possível” a reunião magna se realize no prazo que o seu opositor, Nuno Melo, quer, ou seja, ainda antes das legislativas.

Se na altura, quando propôs a antecipação do congresso de janeiro para novembro, “disse que era necessário ganhar tempo para preparar as eleições legislativas”, agora “ainda há uma necessidade mais premente e mais urgente de focar o partido”, justificou.

Rodrigues dos Santos salientou que o adiamento do congresso foi aprovado pelo Conselho Nacional, órgão máximo do partido entre congressos, e pediu que a decisão seja respeitada.

Na entrevista, o presidente centrista foi também questionado sobre o anúncio da deputada Cecília Meireles, no seu espaço de comentário na TSF, de que vai deixar o parlamento no final do mandato e também cargos partidários, apontando que quer “virar uma página e começar uma vida nova”.

Cecília Meireles justificou não ter “condições para voltar a ser candidata no CDS ou pelo CDS a qualquer cargo”, deixando críticas ao presidente do partido por declarações “graves” que fez no último Conselho Nacional, em que, de acordo com a deputada, acusou um grupo de pessoas, no qual se insere, de fazerem “terrorismo político” e que “toda esta confusão era por causa de lugares de deputados”.

“A deputada Cecília Meireles só não continuará como deputada se assim não quiser, porque terá obviamente lugar nas listas enquanto eu for presidente do partido”, salientou o presidente do CDS-PP.

O líder democrata-cristão afirmou que Cecília Meireles é “atualmente a melhor deputada do CDS” e considerou que “a maior prova de confiança pessoal e política” no seu trabalho foi “nunca lhe ter pedido para abandonar” o parlamento para lhe ceder o lugar, uma vez que a centrista foi cabeça de lista no Porto nas últimas eleições legislativas e Rodrigues dos Santos número dois.

Apontando críticas ao seu opositor na corrida à liderança, acusou Nuno Melo de provocar uma “escalda de agressão verbal” e um “ambiente tumultuoso, que impede o partido de falar para fora” e também de querer fazer “um assalto ao poder”.

Francisco Rodrigues dos Santos recusou ainda ter medo de ir a votos internamente, mostrando-se convicto de que seria reeleito.

Sobre uma eventual coligação com o PSD, o presidente do CDS considerou que os dois partidos “estão em condições” de o fazer “se essa for a vontade das duas direções”, mas garantiu não ter “receio rigorosamente nenhum de CDS ir sozinho a eleições”.

O líder recusou também um mau resultado nas legislativas e advogou que o “CDS é partido com vocação de poder e de governo”.


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