Açoriano Oriental
Presidenciais
Jerónimo de Sousa alerta para segundo mandato de Marcelo à direita “ainda mais explícito”

O secretário-geral do PCP advertiu que a vitória de Marcelo Rebelo de Sousa coloca a possibilidade de um segundo mandato presidencial “ainda mais explícito” à direita, elogiando a campanha do comunista João Ferreira.

Jerónimo de Sousa alerta para segundo mandato de Marcelo à direita “ainda mais explícito”

Autor: Lusa/AO Online

“O resultado [de Marcelo Rebelo de Sousa] coloca a possibilidade real de, para lá da palavras, o agora reeleito Presidente da República exercer um segundo mandado com um alinhamento agora ainda mais explícito com os objetivos e interesses e agenda de direita, que nunca deixou de estar presente em importantes decisões adotadas no desempenho das suas funções”, considerou o secretário-geral do PCP, que apoiou o candidato presidencial João Ferreira.

Para o líder comunista, a reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa “à primeira volta, traduz o resultado expectável de uma elaborada promoção deste candidato que, para além da vantagem ímpar decorrente do exercício das funções presidenciais, beneficiou da fabricação de um unanimismo ensaiado, suportado num posicionamento promovido e propagandeado metódica e continuadamente”.

Destas eleições, continuou, “emergem valores e significados próprios da candidatura de João Ferreira, candidatura que colocou como nenhuma outra o valor do trabalho e dos trabalhadores, dos serviços públicos e da liberdade e da democracia, no centro da sua intervenção e que deu, como nenhuma outra, conteúdo e significado ao que a Constituição da República representa”.

Jerónimo de Sousa elogiou ainda a campanha do também eurodeputado comunista, que “afirmou os valores de abril” e que “com frontalidade identificou as erradas opções do atual Presidente da República”.

“Uma candidatura que manteve sempre a elevação no debate político, centrando-o no que estava em causa nestas eleições, com a força, a clareza da serenidade, do rigor, da convicção, da coragem e da confiança”, vincou.

O dirigente do PCP confessou que a votação ficou “aquém do valor que a candidatura exigia para dar expressão distinta ao que estas eleições envolviam e quanto nelas se decidia”, indiciando “um resultado idêntico, com ligeiro progresso, relativamente à candidatura apoiada pelo PCP nas ultimas presidenciais”.

“Um resultado que se verificou no quadro da prevalência de fatores dispersivos com a promoção dada a elementos acessórios em detrimento dos substancial e despropositada centralidade dada a falsas disputas sobre segundos lugares”, criticou.

Jerónimo criticou o que apelidou de “dramatização de uma segunda volta” e disse que “terá pesado uma mais significativa abstenção entre camadas diversas da população, decorrentes da covid-19 e dos elementos de agigantamento, dos receios do exercício do direito de voto que marcaram as ultimas semanas”.

“Sem iludir os elevados níveis de abstenção, a forma como decorreu o ato eleitoral desmentiu e sobretudo derrotou as manobras e projetos dos que, a pretexto da epidemia e de uma falsa invocação de saúde publica, ambicionaram impor um estado de exceção, adiar as eleições e rever a Constituição da República”, sublinhou.


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