Açoriano Oriental
Governo respeita opinião de Montenegro mas diz que foco está na descentralização

A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, disse respeitar a opinião do novo líder do PSD, Luís Montenegro, quanto à regionalização, mas sublinhou que o Governo está agora focado na descentralização.

Governo respeita opinião de Montenegro mas diz que foco está na descentralização

Autor: Lusa/AO Online

“Ouvi as declarações do novo presidente do PSD com o maior dos respeitos, respeitando obviamente a sua opinião, mas também quero transmitir que o principal foco do Governo neste momento é a descentralização”, disse Ana Abrunhosa.

A ministra, que falava à margem da 57ª edição da Capital do Móvel, evento organizado pela Associação Empresarial de Paços de Ferreira (AEPF) e que decorre em Lisboa, comentava assim a posição de Luís Montenegro que, na terça-feira, alargou a sua objeção a um referendo à regionalização.

Na terça-feira, no final de uma audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o novo líder do PSD foi questionado sobre algumas críticas que surgiram dentro do seu partido quando rejeitou no congresso um referendo à regionalização no próximo ano, como pretende o Governo.

“Não tenho conhecimento de ninguém que discorde da posição da direção e da minha relativamente à inviabilidade de termos um processo referendário em 2024, mas sei que há muito no PSD quem tenha opiniões divergentes quanto à matéria de fundo, mas não estamos a promover esta discussão”, afirmou, dizendo que o partido quer focar-se noutras matérias que considera prioritárias para os portugueses como a saúde ou a educação.

Sobre a matéria de fundo, Montenegro considerou que não faz sentido avançar para “uma discussão estéril sobre o nada”, não havendo perspetivas de referendo, e alargou a sua objeção a esta consulta popular até final da legislatura.

“Sou absolutamente contra a realização de um referendo em 2024, para que não haja equívocos. E, naturalmente, que não havendo um referendo em 2024 – que já teria de se conciliar com eleições europeias e regionais nos Açores – não é em 2025 com eleições autárquicas ou em 2026 com presidenciais e legislativas que a oportunidade se vai abrir”, defendeu.

Hoje, a ministra da Coesão Territorial sublinhou que o Governo está “muito empenhado em trabalhar de forma muito próxima com a Associação Nacional dos Municípios Portugueses e em fazer o diálogo com os presidentes de câmara”.

“Já disse várias vezes que, se não fizermos bem a descentralização, não vale a pena pensar na regionalização. Neste momento, é extemporâneo estar a falar de regionalização enquanto não dermos provas de que fizemos bem a descentralização”, frisou.

A responsável assumiu-se como “uma regionalista”, lembrando que o Governo tem no seu programa o objetivo da regionalização e que “a maior parte dos autarcas são a favor”, mas frisou que têm de se “dar passos consolidados”.

“É com grande respeito que ouvimos a opinião do Dr. Montenegro líder da oposição, mas o foco agora é mesmo a descentralização”, reiterou.


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