Autor: Lusa/AO Online
“Em 2024, três empresas do setor espacial passaram a integrar as incubadoras Incuba+, Terinov e Nonagon. Além disso, uma empresa abriu estabelecimento e uma outra deslocalizou-se para a ilha de Santa Maria. Até ao final do ano, posso assegurar, vamos ter mais empresas, ligadas à área do espaço, a instalar-se em Santa Maria”, avançou o secretário dos Assuntos Parlamentares do Governo dos Açores.
Paulo Estêvão, que tutela a área do Espaço, falava na Assembleia Legislativa, na Horta, durante a discussão do Plano e Orçamento dos Açores para 2025.
O governante destacou que a proposta de Plano vai apoiar a “implementação de um nó de acesso ao Espaço em Santa Maria” e suportar o Centro Tecnológico Espacial, prevendo-se um "investimento superior a 12 milhões de euros".
Estêvão garantiu que o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) pretende aumentar as capacidades da estação da Rede Atlântica de Estações Geodinâmicas e Espaciais (RAEGE) em Santa Maria.
No debate, o socialista João Vasco Costa considerou que o atual executivo açoriano “comprometeu seriamente a autonomia” da região na política espacial, alertando que “cada atraso e cada hesitação representa uma oportunidade perdida”.
“Se eu lhe perguntar quando é que vai ser o lançamento suborbital o senhor não sabe, o senhor não controla. Há uma perda de autonomia”, atirou o deputado do PS, dirigindo-se a Paulo Estêvão.
O parlamentar do Chega José Sousa criticou a política espacial para as Flores porque a estação da RAEGE naquela ilha “não tem quaisquer progressos”.
Da parte do PSD, Carlos Rodrigues enalteceu a atuação do Governo Regional, que “definiu um novo rumo” e “limpou a casa” na estratégia para o Espaço, e advogou que o “hub [centro de conexão] de Santa Maria é e vai ser uma realidade”.
Na sessão, Paulo Estêvão também defendeu o aumento dos apoios públicos à comunicação social privada (que vão representar em 2025 cerca de 2 milhões de euros) por estar em causa a “sobrevivência ou a morte” dos órgãos de media.
“O que está em causa é a sobrevivência ou a morte de muitos dos títulos e das rádios da comunicação social açoriana. É isto. Não é menos que isto”, salientou.
O líder do Chega/Açores acusou o Governo Regional de querer “condicionar" os jornalistas e lembrou que os órgãos de comunicação social podem concorrer aos incentivos às empresas para criticar a existência de um programa específico para o setor.