Açoriano Oriental
Federação das Pescas dos Açores alerta para impacto do corte na quota de goraz

A Federação das Pescas dos Açores (FPA) alertou para os impactos negativos no setor devido ao corte previsto na quota do goraz, que significará "uma quebra no rendimento de mais de 2,5 milhões de euros no próximo biénio"

Federação das Pescas dos Açores alerta para impacto do corte na quota de goraz

Autor: Lusa/AO Online

A posição da Federação das Pescas dos Açores surge na sequência de uma assembleia geral realizada na Lagoa, na ilha de São Miguel, na quarta-feira, onde foram abordadas "questões cruciais" para o setor, nomeadamente "os desafios e as oportunidades atuais, com base na sustentabilidade e na valorização da atividade piscatória de cada ilha", assinala aquela estrutura em comunicado.

Para a Federação das Pescas, um dos maiores desafios do setor, neste momento, está relacionado com "o corte previsto na quota" da espécie do goraz (Pagellus bogaraveo) e com "a pouca quota" existente dos imperadores (Beryx spp) para o próximo biénio.

"Isto representa um impacto negativo nos rendimentos dos pescadores, uma vez que são espécies de valor elevado na primeira venda, com forte reflexo na comunidade piscatória", alerta a Federação das Pescas, presidida por Jorge Gonçalves.

Segundo a Federação, a espécie goraz "rendeu, até à data, cerca de 7,7 milhões de euros" e o corte previsto significa "uma quebra no rendimento de mais de 2,5 milhões de euros no próximo biénio".

Em causa está a proposta, avançada pelo executivo comunitário a 31 de outubro, dos totais admissíveis de capturas (TAC) e respetivas quotas, que inclui um corte de 35%, de 600 mil para 399 mil toneladas, a pesca de goraz nos Açores.

O goraz é tradicionalmente a espécie alvo mais importante da pesca com palangre de fundo nos Açores.

A 31 de outubro, o executivo comunitário divulgou a proposta de possibilidades de pesca para 2025, que inclui um aumento de 17% nas capturas de tamboril, de 23% nas de areeiro e de 5% nas de carapau em águas nacionais e manter as da pescada em águas ibéricas.

A Federação das Pescas dos Açores sublinha que na Região Autónoma dos Açores têm vindo a ser implementadas medidas de gestão internas, como os limites máximos de captura por embarcação, por maré e quota anual, aumento do tamanho dos anzóis e a criação de tamanhos mínimos de captura, o que denota "uma preocupação em garantir uma gestão cuidada do esforço de pesca de modo a assegurar a sustentabilidade dos recursos e da atividade pesqueira".

Na assembleia da Federação das Pescas foram ainda debatidos temas como a reestruturação da frota, áreas marinhas protegidas costeiras, formação de segurança a bordo das embarcações, equipamentos de alagem e fecho precaucionário da pescaria do mero.

"A FPA e os seus associados uniram esforços para encontrar soluções para os seus desafios e para encontrar equilíbrio entre a sustentabilidade ambiental e a viabilidade económica dos profissionais da pesca", avança a nota.


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