Autor: Lusa/AO Online
"Quando o nosso governo tem informações sobre um extremista conhecido e essa informação não é compartilhada e operacionalizada como deveria ser, então um extremista embarca num avião com explosivos perigosos que podem custar cerca de 300 vidas", criticou Barack Obama, numa declaração a partir de uma base dos fuzileiros no Havaí, onde está a passar férias.
"Aconteceu uma falha sistémica, e eu considero isso totalmente inaceitável", vincou.
Numa acção já reivindicada pela Al-Qaeda, o nigeriano Umar Faruk Abdul Mutallab, de 23 anos, embarcou no voo 253 da Delta-Northwest Airlines e só não detonou os explosivos a bordo no dia de Natal, sobre a cidade de Detroit, devido a uma "falha técnica", segundo afirmou a própria organização terrorista.
Antes, passou por controlos de segurança em Lagos (Nigéria) e em Amesterdão (Holanda), sem que os detectores de metais tivessem detectado a presença de explosivos.
O autor confesso da tentativa de atentado estava referenciado pela inteligência norte-americana, depois de a própria família ter feito advertências para as suas tendências extremistas. Segundo a CNN, o pai de Abdul Mutallab terá inclusivamente falado com a CIA (serviços secretos).
Hoje, Obama afirmou que irá receber na quinta-feira os resultados preliminares sobre os lapsos que permitiram a falha, relatório a cargo de uma dupla de investigadores.
"Houve uma combinação de falhas humanas e sistémicas que contribuíram para esta falha de segurança potencialmente catastrófica", sublinhou.
Obama saiu em defesa da secretária de Segurança Interna, Janet Napolitano, cuja demissão está a ser reivindicada por alguns parlamentares republicanos, depois de ter dito que o sistema de segurança de aviação funcionara durante a tentativa de ataque.
"Como a secretária Napolitano disse, assim que o suspeito tentou a queda do voo 253, depois da tentativa, é claro que os passageiros e a tripulação, os nossos sistemas de segurança interna e a nossa segurança de aviação tomaram todas as medidas apropriadas", disse o presidente norte-americano.
No domingo, Obama anunciou que vão ser revistos os procedimentos de segurança dos aeroportos e as listas de suspeitos de terrorismo.