Autor: Lusa/AO Online
Hoje toma posse o XX Governo Constitucional, que pode juntar-se aos mais curtos da história da democracia portuguesa. Em causa está o facto de PS, PCP e BE, que somados têm maioria parlamentar, terem já anunciado a apresentação de moções de rejeição ao programa de Governo, com votação prevista para 10 de novembro.
O mais curto Governo Constitucional, liderado por Alfredo Nobre da Costa (que esteve no cargo menos de três meses) foi o único que caiu por via de a uma moção de rejeição. Este executivo (III) foi o primeiro de iniciativa do Presidente da República, e esteve no poder entre 29 de agosto a 22 de novembro de 1978.
Portugal conheceu seis Governos provisórios entre 1974 e 1976, período bastante atribulado politicamente. O primeiro foi nomeado menos de um mês depois do 25 de Abril, tendo Adelino da Palma Carlos como primeiro-ministro, e dois meses depois já tomava posse o II Governo provisório, de Vasco Gonçalves.
Os três Governos seguintes também foram chefiados por Vasco Gonçalves, entre os meses de setembro de 1974 e 1975. O V Governo provisório foi o mais curto de sempre, e durou apenas um mês, entre 08 de agosto e 19 de setembro de 1975.
O VI e último Governo provisório, liderado por José Pinheiro de Azevedo, esteve em funções durante 10 meses, até julho de 1976.
Dois anos depois da ‘Revolução dos Cravos' era eleito o I Governo Constitucional, liderado pelo socialista Mário Soares, em funções de julho de 1976 a janeiro de 1978. Mário Soares liderou também o II Governo, em coligação com o CDS, que esteve em funções entre janeiro e agosto de 1978.
Depois do executivo de Nobre da Costa, durou sete meses e meio o IV Governo Constitucional, de iniciativa presidencial, chefiado por Carlos Mota Pinto entre novembro de 1978 e julho de 1979.
De novo por iniciativa do chefe de Estado, o V Governo tomou posse em agosto de 1979. O único executivo liderado por uma mulher, Maria de Lurdes Pintasilgo, esteve em funções apenas cinco meses.
Em dezembro de 1979 foi formado o VI Governo, uma coligação entre PSD/CDS/PPM, com Francisco Sá Carneiro empossado como primeiro-ministro em janeiro de 1980. O mandato foi inesperadamente interrompido com a morte do líder social-democrata a 04 de dezembro desse ano.
Um mês depois tomou posse o VII Governo, da mesma coligação, liderado por Francisco Pinto Balsemão, que esteve em funções até setembro de 1981, repetindo-se depois o mesmo formato com o VIII Governo.
O único executivo de ‘Bloco Central' foi o IX Governo Constitucional e resultou das eleições de 25 de abril de 1983, da coligação pós-eleitoral PS/PSD, com Mário Soares de volta à chefia do executivo.
A 06 de outubro de 1985 é eleito o X Governo, com o social-democrata Aníbal Cavaco Silva a chegar a primeiro-ministro, executivo que foi derrubado quase dois anos depois, com a aprovação de uma moção de censura do Partido Renovador Democrático.
Essa aparente ‘derrota', acabaria, contudo, por levar a duas maiorias absolutas de Cavaco Silva nos XI e XII Governos, até 28 de outubro de 1995. Cavaco Silva foi o primeiro-ministro que mais anos permaneceu no cargo, dez no total.
No final de outubro de 1995 tomou posse o XIII Governo, chefiado pelo socialista António Guterres, reconduzido quatro anos depois. O mandato do segundo executivo de Guterres (XIV Governo) acabaria em abril de 2002, com a sua demissão.
O ‘destino' do XV Governo foi semelhante, com o social-democrata Durão Barroso a demitir-se do cargo de primeiro-ministro dois anos após a tomada de posse do executivo de coligação PSD/CDS-PP, para assumir funções de presidente da Comissão Europeia.
Sem eleições, a 17 de julho de 2004 tomou posse novo executivo liderado por Pedro Santana Lopes, na base da mesma coligação. O XVI Governo cessou funções passados oito meses, com a dissolução do parlamento pelo então Presidente da República Jorge Sampaio.
As legislativas de 2005 ditaram o início da governação de José Sócrates, com o socialista a liderar dois executivos: o primeiro maioritário, de 2005 a 2009, e o segundo minoritário, de 2009 a 2011.
Em junho de 2011, Pedro Passos Coelho é empossado primeiro-ministro do XIX Governo Constitucional, executivo de coligação PSD/CDS-PP, que cumpriu os quatro anos de mandato.
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