Autor: Lusa/AO Online
"Damos as boas-vindas a este importante passo para a uma solução humanitária para a situação em curso em Ashraf", afirmou Clinton num comunicado, ao felicitar o Governo do Iraque por trabalhar para alcançar um acordo com o embaixador Martin Klober, representante especial das Nações Unidas.
Segundo a chefe da diplomacia norte-americana, o acordo representa um "avanço significativo" e "perfila os passos necessários com vista a uma solução pacífica e viável para os residentes de Ashraf", incluindo a sua deslocação temporária numa antiga base militar dos Estados Unidos perto do aeroporto internacional de Bagdade.
"Sentimo-nos encorajados pela vontade do Governo iraquiano em comprometer-se com o plano e esperamos que possa cumprir todas as suas responsabilidades", sobretudo as que relacionadas com a proteção da "segurança dos residentes de Ashraf", realçou Clinton.
Tanto o pessoal das Nações Unidas como o da embaixada norte-americana visitarão com regularidade os refugiados na sua nova localização, precisou a secretária de Estado, ao expressar a sua satisfação para com o facto de Bagdade ter, por sua vontade, protelado o encerramento definitivo do campo de refugiados de Ashraf, dando assim tempo para que o acordo fosse colocado em marcha.
A gestão do acampamento de Ashraf esteve a cargo das forças dos Estados Unidos desde a invasão do Iraque, em março de 2003, até 2009, quando passou para as mãos iraquianas.
Desde então, os iranianos que residem no campo de refugiados têm vindo a denunciar, por várias ocasiões, agressões cometidas pelas autoridades do Iraque.
Os milhares de refugiados formam parte da organização opositora iraniana Mujahedin do Povo, considerada terrorista por Teerão, e vivem desde a década de 1980 numa zona fronteiriça da província iraquiana de Diyala com receio de serem devolvidos ao seu país.
Depois de um apelo das Nações Unidas para prologar a existência do campo de Ashraf até que fosse encontrada uma solução, o Iraque aceitou, mas em troca do compromisso do organismo internacional para retirar do país metade dos refugiados durante os próximos meses.