Autor: Lusa / AO online
“Registamos uma quebra superior de 30/40 por cento nestes últimos anos, mas esta não se registou apenas aqui [nas Portas do Mar] mas em toda a restauração”, declarou à agência Lusa o empresário Vicente Quiroga.
Para além de possuir um espaço de restauração nas Portas do Mar, o empresário preside à Associação de Empresários do Complexo Turístico das Portas do Mar.
As Portas do Mar, criadas em julho de 2008, na baía de Ponta Delgada, é uma zona de restaurantes, bares, espaços de lazer e animação, a par de um cais de cruzeiros, gare marítima e uma marina.
Vicente Quiroga referiu que, na sequência da crise, houve que renegociar as rendas da restauração das Portas do Mar com a administração da Portos das Ilhas de São Miguel e Santa Maria, empresa pública proprietária do espaço, tendo havido reduções na ordem dos 30 por cento, durante o período de inverno, porque os valores que estavam em vigor “eram impossíveis de manter”.
É na sequência desta conjuntura desfavorável que a Associação de Empresários do Complexo Turístico das Portas do Mar pretende agora “reinventar” o espaço através da introdução de novas ideias, conceitos e animação, visando atrair as pessoas de novo, já a partir de maio, esclareceu o empresário.
“Nos últimos dois anos, deixou-se de fazer animação nas Portas do Mar. Um lugar como este, com uma marina de primeira linha e de referência para o turismo, requeria, em determinados momentos, quando chegam os navios, e agora com a chegada de mais turismo, uma certa animação e dinamismo”, declarou Vicente Quiroga.
Considerando que as Portas do Mar têm vindo a perder dinamismo “por dificuldades económicas”, o empresário revelou que o projeto de animação contempla a exibição de fogo-de-artifício, todas as sextas-feiras, às 22:30, durante todo o verão.
Outra componente do projeto de animação passa pela iluminação de toda a zona da baía onde se localizam as Portas do Mar, a par do desenvolvimento de outras atividades que “devolvam a energia e o papel central” que o espaço desempenha para o turismo na ilha de São Miguel e nos Açores.
Os empresários das Portas do Mar vão tentar envolver o Governo dos Açores e a empresa Portos dos Açores no projeto.
O empresário disse não subscrever o pessimismo dos que consideram que a hotelaria e a restauração da ilha de São Miguel não estão preparadas para o novo fluxo turístico que vai chegar aos Açores por via das operadoras aéreas de baixo custo, congratulando-se com o facto de o arquipélago ter ficado agora no mesmo patamar, em termos de tarifas aéreas, do continente europeu.
Vicente Quiroga está, no entanto, convicto de que a crise “é uma ferida que ainda não está fechada” e que ainda vai levar ao encerramento de mais restaurantes na ilha de São Miguel, como aconteceu nos últimos dois anos nos concelhos de Ponta Delgada, Lagoa e Vila Franca do Campo.