Autor: Rui Jorge Cabral
O PS/Açores está preocupado com o o que considera ser o “descontrolo” do
Governo Regional na gestão da quota de atum patudo e na quebra de
rendimentos dos pescadores.
Citado em nota de imprensa, o deputado regional socialista, Gualberto Rita, manifestou “preocupação e indignação” com a “continuação do descontrolo do Governo Regional na gestão de quotas pesqueiras, no caso, do atum patudo”.
Para Gualberto
Rita, “não podemos ficar impávidos e serenos, quando assistimos a um
aumento descontrolado desta pesca, uma vez que nos primeiros quatro
meses deste ano já foram pescadas mais 300 toneladas de atum patudo, em
relação às capturas de igual período do ano passado”.
Por isso para o
deputado socialista, a gestão da pescaria do atum patudo está a ser
“desastrosa”, uma vez “os pescadores açorianos estão a capturar mais,
mas a vender a preço mais baixo”, considerando que o problema tem origem
no “fecho precoce da quota do atum patudo e a forma desajustada da
pesca desta espécie na safra de 2023”,
Para Gualberto Rita, esta
situação “criou instabilidade no setor”, uma vez que “não permitiu um
rendimento contínuo das embarcações que se dedicaram à captura destes
tunídeos, assim como dos pescadores, dos comerciantes e da indústria”.
E
por ser uma espécie que pode atingir valores elevados no mercado
internacional, desde que devidamente bem manuseado e conservado,
Gualberto Rita lamenta assim que este ano, “em apenas quatro meses de
safra”, já se tenham capturado “900 toneladas nos Açores, tendo-se
vendido a um preço médio de 2,94 euros/kg, quando em 2023 o preço médio
foi de 4,65 euros/kg”.
Gualberto Rita alertou ainda que, em meados de abril, “já foi capturada cerca de 45% da quota das Regiões Autónomas”, o que significa que a probabilidade de atingir a totalidade da quota e o fecho da mesma “aproxima-se, com valores de venda em lota muito baixos e que em nada dignificam o setor”.
O deputado socialista
conclui assim que “o Governo Regional tem de tomar medidas concretas e
imediatas para estabilizar os preços do atum patudo, proteger os
interesses dos armadores e pescadores e garantir a viabilidade económica
dessa atividade nos Açores”, considerando ainda que “não é inteligente
esgotar a quota e vender aos preços baixos que estão a ser praticados em
lota”.