Açoriano Oriental
Divulgação iminente relatório alterações climáticas vai ser momento alarme
A divulgação iminente de um relatório científico sobre as alterações climáticas vai ser como "um alarme" para o mundo, disse na quinta-feira a chefe da agência da ONU para este tema.

Autor: Lusa/AO Online

 

Esta sexta-feira de manhã vai ser divulgado em Estocolmo o sumário do trabalho do grupo de trabalho do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) sobre a base científica do aquecimento global.

Este é o primeiro de vários documentos integrantes do quinto relatório de avaliação (AR5, como é designado em inglês), que vai ser divulgado em quatro momentos, entre setembro de 2013 e novembro de 2014.

Espera-se que o documento reforce a evidência da ameaça crescente das alterações climáticas.

“Este relatório constitui um momento de alarme para o mundo”, sintetizou Christiana Figueres, dirigente da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas.

“Vai confirmar que tudo o que pensávamos que sabíamos sobre as alterações climáticas está subestimado”, disse à imprensa por ocasião da Assembleia-Geral da ONU.

Um esboço do documento já visto pela agência noticiosa AFP declara, da forma mais enfática até hoje feita, que as alterações climáticas estão em curso e que os humanos são os responsáveis.

“A questão, claro, é como é que os governos vão enfrentar isto”, acrescentou.

As negociações internacionais estabeleceram uma meta de conter o aquecimento global em dois graus centígrados acima dos níveis pré-industriais.

“Esta claro que todas as ações, todas as promessas, que temos agora não são suficientes para alcançar” o objetivo, afirmou Figueres.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apelou para a realização de uma cimeira da entidade sobre as alterações climáticas, em setembro de 2014.

Esta cimeira realizar-se-á um ano antes das conversações em Paris que devem selar um novo tratado internacional sobre as alterações climáticas.

Os dois primeiros relatórios do IPCC foram divulgados em 1990 e 1992, ao passo que o terceiro, em 1995, forneceu informação científica fundamental para a adoção do Protocolo de Quioto.

O quarto documento, divulgado em 2007, exibiu provas suficientes para afirmar que o aquecimento global é inequívoco e estabeleceu como causa provável as atividades humanas.

A difusão daquele relatório, o AR4, valeu nesse ano ao IPCC a distinção com o prémio Nobel da Paz, partilhado com o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore.

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