Açoriano Oriental
Ucrânia
Contingente russo-bielorrusso intensifica ações de instrução militar

O chamado grupo militar regional russo-bielorrusso, um contingente composto por diferentes unidades dos dois países, intensificou as ações de instrução depois de ver aumentado o número de efetivos e de material bélico, indicou hoje o Governo da Bielorrússia.

Contingente russo-bielorrusso intensifica ações de instrução militar

Autor: Lusa /AO Online

“A intensidade dos exercícios continua a aumentar. O objetivo é garantir a preparação e a prontidão para repelir o agressor em todas as frentes” no conflito entre a Rússia e a Ucrânia, segundo divulgou o canal de televisão bielorrusso VoenTV.

A instrução conjunta tem em consideração a “experiência” recebida pelos soldados russos durante a “operação militar especial” na Ucrânia.

“A ênfase é colocada nas ações táticas e na cooperação das unidades dos diferentes tipos de tropas. A preparação do grupo militar regional ocorre praticamente sem pausas”, explica o Governo de Minsk.

A instrução visa melhorar a preparação tática e de tiro, e a coesão de todos os elementos do agrupamento russo-bielorrusso.

“É dada atenção especial ao trabalho em áreas urbanas. Esse tipo de combate é considerado um dos mais difíceis. Em primeiro lugar, pela possibilidade de o inimigo equipar inúmeros prédios com postos de tiro”, explica.

Minsk reconheceu a chegada ao país de novos comboios ferroviários com tropas e equipamento militar russo, o último dos quais com cerca de 1.500 homens, que está instalado na cidade bielorrussa de Vitebsk, no nordeste da Bielorrússia, segundo a imprensa independente.

Recentemente, o secretário do Conselho de Segurança da Bielorrússia, Alexander Volfovich, assegurou que o grupo militar regional tem “objetivos exclusivamente defensivos” e que a missão é, acima de tudo, “a defesa das fronteiras ocidentais da União Estatal Rússia-Bielorrússia”.

Volfovich lembrou que a criação do grupo para permanecer em território bielorrusso foi acertada no ano passado pelos Presidentes da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, e da Rússia, Vladimir Putin.

"O agrupamento regional de tropas é um dos elementos de contenção estratégica, um elemento que, seguramente, deve arrefecer as mentes febris do Ocidente no que se refere a uma política agressiva face à União Estatal", sublinhou.

Segundo o Ministério da Defesa bielorrusso, a componente russa do agrupamento regional conjunto será composta por pelo menos 9.000 soldados, 170 tanques, 200 carros blindados e até 100 peças de artilharia e morteiros com calibre superior a 100 milímetros.

"‘Quer a paz, prepare-se para a guerra’. Isso não foi inventado por mim”, disse recentemente Lukashenko, que não descartou uma agressão contra o país, acusado de cumplicidade com a Rússia pela Ucrânia, Polónia e Lituânia.

As autoridades ucranianas descartaram, por enquanto, um ataque a partir do território bielorrusso, como o que ocorreu no início da campanha militar russa na Ucrânia, ordenada por Putin a 24 de fevereiro do ano passado.

A ofensiva militar lançada pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus –, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa – justificada por Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição de sanções políticas e económicas a Moscovo.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.919 civis mortos e 11.075 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.


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