Autor: Luís Pedro Silva
No primeiro treino da época conseguiria acreditar que o Santa Clara
estaria em sexto lugar do campeonato, a quatro pontos do primeiro lugar,
na oitava jornada do campeonato?
Não era expectável estarmos nesta
posição e com este conforto de pontos. Sabíamos o que queríamos e o que
estávamos a construir, mas seria complicado adivinhar resultados.
Queríamos construir um grupo competitivo, com capacidade para disputar
todos os jogos, mas conseguir três vitórias consecutivas na I Liga não é
fácil. Ainda para mais para uma equipa proveniente da II Liga.
O
Santa Clara apresenta uma estrutura diferente, com uma nova equipa
técnica, com muitos jogadores novos, por isso, este início de campeonato
está a superar as expectativas. Nós temos confiança no nosso trabalho,
nos jogadores que contratamos e contávamos em surpreender muitas equipas
no início do campeonato. Apenas não sabíamos os pontos que poderíamos
atingir no arranque do campeonato.
Quando chegou aos Açores teve o
cuidado de dizer que gostaria de praticar um futebol positivo. Essa
declaração foi efetuada para limpar a imagem criada no jogo com o FC
Porto na época passada?
Quem seguiu a minha carreira sabe que fui um
treinador de subidas de divisão. Fui sempre um treinador de ataque, que
privilegio a qualidade de jogo e aquilo que tentaram colar-me não se
coaduna com a minha carreira. Sou treinador desde os 23 anos. Tenho 46
anos e sempre apresentei esta filosofia de jogo na formação, nos
distritais, nas divisões secundárias e na II Liga. Sempre fui um
treinador de ataque, nunca entrei em campo para defender. Agora tentaram
colar-me uma imagem de anti-jogo na sequência de um jogo do Paços de
Ferreira que conseguiu vencer o FC Porto Foi um jogo onde o Paços de
Ferreira fez uma extraordinária primeira parte e, naturalmente, contra
um grande precisa de se proteger porque não tem as mesmas armas. Não fizemos anti-jogo, nem fizemos nada de diferente do que se faz em todo o lado.
Leia na íntegra a entrevista a João Henriques, treinador do Santa Clara, na edição desta sexta-feira do jornal Açoriano Oriental, dia 2 de novembro 2018