Autor: AO Online/ Lusa
“Infelizmente, as previsões confirmaram-se e o CAR está totalmente submerso. Uma altura de cerca de dois metros de água dentro dos hangares. Há elevados danos nas infraestruturas, como a torre de controle, torre de chegada, hangar, ginásio… Só quando a água baixar conseguiremos avaliar os prejuízos”, disse à agência Lusa o vice-presidente da FPC, Ricardo Machado.
O dirigente tem estado desde sábado no CAR “a tentar proteger alguns bens”, juntamente com alguns funcionários e técnicos da federação, que teve parte das equipas seniores e sub-23 em estágio precisamente até sábado.
“Montemor-o-Velho é a nossa base logística. Temos aqui material de apoio às provas, plataformas, barcos a motor, equipamentos e uma série de material que tentamos proteger. Infelizmente, a água subiu um pouco mais do que o esperado. Certamente o CAR vai ter prejuízos e danos muito graves no seu funcionamento”, lamentou.
O vice-presidente federativo escusou-se a avançar com uma estimativa de prejuízos, dependentes de vários fatores, no caso da federação, por exemplo, até que ponto danificou o ginásio ou se a pressão da água partiu caiaques.
Ricardo Machado recordou o furação Leslei, que em 2018 já tinha sido fonte de preocupação e prejuízos, neste caso com o nível de água a atingir “somente” 80 centímetros dentro do hangar.
“Montemor-o-Velho é um município pequeno que tem feito um grande esforço para manter o CAR. Infelizmente, nos últimos anos, o concelho tem sido assolado por intempéries e, mais uma vez, vai ter de fazer grandes esforços para lidar com esta situação muito grave”, observou.
As seleções voltam ao CAR no início de janeiro, altura em que Ricardo Machado espera poder encontrar infraestruturas “operacionais” para que estas possam desenvolver o seu trabalho, em ano de Jogos Olímpicos.
“Infelizmente, esta situação não é só no CAR. muitos clubes no país foram afetados pelas cheias. A nossa solidariedade para com os clubes, pelo seu trabalho e prejuízos elevados”, concluiu.
O mau tempo que tem atingido Portugal, sobretudo a região Centro, tem provocado problemas no abastecimento de água em vários municípios, mas também há registo de situações problemáticas com a distribuição de eletricidade, além de comunicações.
Os fortes efeitos do mau tempo, que se fazem sentir desde quarta-feira, já provocaram dois mortos, um desaparecido, deixaram 144 pessoas desalojadas e 320 pessoas deslocadas por precaução, registando-se mais de 11.200 ocorrências no continente português, na maioria inundações e quedas de árvore.
Só no sábado, registaram-se mais de 1.700 ocorrências.
O mau tempo provocado pela depressão Elsa, entre quarta e sexta-feira, a que se juntou no sábado o impacto da depressão Fabien, provocou também condicionamentos na circulação rodoviária, bem como danos na rede elétrica, afetando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.