Açoriano Oriental
CCIPD diz que resultados da auditoria confirmam o que já se sabia

Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada assinala a importância de haver “racionalidade” nas operações e gestão da SATA para não se repetir os erros do passado

CCIPD diz que resultados da auditoria confirmam o que já se sabia

Autor: Paulo Faustino/Paula Gouveia

A Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD) considera que os resultados da mais recente auditoria realizada pelo Tribunal de Contas (TdC) à SATA já eram expectáveis, confirmando, de forma técnica e mais fundamentada, “aquilo que já dizíamos” e “o que já era público”.

A auditoria, feita a pedido da Assembleia Regional, revela que o grupo público que integra a SATA Air Açores e a Azores Airlines acumulou, entre 2013 e 2019, prejuízos de 260 milhões de euros.

Uma constatação que, para o presidente da CCIPD, não constitui nenhuma surpresa. “A auditoria do TdC, no essencial, vem trazer a público uma análise mais técnica, mais detalhada, mais quantificada de fenómenos que já conhecíamos. Já sabíamos que as opções de frota não foram adequadas, já sabíamos que houve operações que não eram sequer recomendáveis. Aliás, a Câmara do Comércio sempre marcou posição relativamente a esta matéria, alertando para os perigos da ingerência política na empresa”, realçou Mário Fortuna no final de uma reunião com a nova presidente do Conselho de Administração da SATA, Teresa Gonçalves, que à saída recusou prestar declarações à comunicação social.

No encontro, que decorreu ontem na sede da CCIPD, o dirigente associativo enfatizou a importância de haver “racionalidade” nas operações e gestão da SATA, para que “não se repita aquilo que foi o passado”.

Sinalizou que é preciso prosseguir “o caminho positivo de racionalidade, do equilíbrio das explorações e da inteligência também na escolha das rotas, porque só assim é que a empresa consegue  a sustentabilidade necessária para ter continuidade”.

Perante a realidade evidenciada pela auditoria do TdC, Fortuna fez notar que os Açores não podem estar expostos “a mais um episódio semelhante àquele a que fomos sujeitos com a insolvência técnica da SATA, que obrigou a que o orçamento público tivesse que aportar valores muito substanciais – tenho dito, valores equivalentes aos do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) para salvar uma empresa”.

O presidente da CCIPD mostrou-se confiante em relação à equipa que agora lidera os destinos da transportadora aérea açoriana, acentuando a importância da “estabilidade” e de uma “visão comercial adequada para que a SATA tenha boas hipóteses de ter futuro”.



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