"É um repto interessante feito aos principais partidos portugueses. A ideia do senhor Presidente é que [os partidos] têm de se entender", defendeu Carlos Silva, em declarações à agência Lusa.
Realçando que "no seio da UGT" existem correntes socialistas e social-democratas, o secretário-geral da central diz ser natural que haja também esse entendimento a nível partidário.
"Se nós nos entendemos no movimento sindical, não vejo por que razão é que os partidos não se conseguem entender", sublinhou.
A mensagem de hoje de Cavaco Silva representa também, acredita o responsável da UGT, uma descrença no Governo formado entre PSD e CDS-PP.
"É o senhor Presidente da República que vem colocar uma tónica de alguma dúvida da capacidade que este Governo tem de levar avante as suas prerrogativas", considerou.
O Presidente da República propôs hoje, numa comunicação ao país, um "compromisso de salvação nacional" entre PSD, PS e CDS que permita cumprir o programa de ajuda externa e que esse acordo preveja eleições antecipadas a partir de junho de 2014.
Cavaco Silva considerou também “extremamente negativo para o interesse nacional" a realização imediata de eleições legislativas antecipadas.
A declaração do Chefe de Estado surgiu depois de ter ouvido todos os partidos com representação parlamentar e com os parceiros sociais e na sequência do pedido de demissão apresentado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, no dia 02 de julho.
