Açoriano Oriental
Casa da Música apresenta domingo "Lumina - Olhar o Mar"
A Orquestra Nacional do Porto entreia mundialmente, domingo, na Casa da Música, a obra "Lumina - Olhar o Mar", de Cândido Lima, num concerto cujo programa é composto por quatro obras inspiradas no mar.

Autor: Lusa/AO
"Lumina - Olhar o Mar" é uma metáfora musical que "evoca os mistérios do mundo da Física e das artes contemporâneas", disse o compositor, descrevendo a sua criação.

    Nascido em 1939, em Viana do Castelo, Cândido Lima frequentou os cursos de Música e de Estudos Clássicos em Portugal e em França.

    É docente em várias escolas do Norte, colaborou em várias séries da rádio e da televisão, é autor de textos teóricos e escreveu obras musicais para várias formações.

    Fundou o Grupo Música Nova, no início dos anos setenta, com o qual fez primeiras audições em Portugal de compositores como Iannis Xenakis, Pascal Dusapin e Kaija Saariaho, entre outros.

    A sua obra compreende música para diversos ensembles intrumentais, canto e piano, orquestra.

    Tem vindo a utilizar meios electroacústicos e audiovisuais na sua composição, sendo o primeiro compositor português a fazer uso do computador.

    Entre as suas obras dos anos mais recentes estão Aquiris[IRIS-NUBE-INOUTECER] (1983), Momentos-Memórias III (1994), Ncaàãncôa (1995), Vozes à luz (à memória) (1995-96), ChOeuR (1996), A Sétima Voz (1997), Beat-Faul (1997), OI IN LOV (1997), Cantrião (1997), Polifonias de Notre Mer - Minho I (1997), Madrigal Blue - Minho II (1997), Memorabilis (1998), Cartas I (1998), INORIA (1998).

    O concerto abre com "Mar calmo e viagem próspera", de Felix Mendelssohn, escrita em 1828 e pensada, tal como a Cantata op.112 de Beethoven, a partir de dois breves poemas de Goethe - Meeresstille e Glückliche Fahrt.

    Segue-se "Four Sea Interludes, op. 33a" e "Passacaglia op 33", da ópera "Peter Grimes", de Benjamin Britten, sobre um libreto de Montagu Slater, uma obra inspirada na costa de Suffolk, onde se localizava a casa onde o compositor inglês nasceu.

    Depois da estreia de "Lumina", de Cândido Lima, a terceira peça do programa, o concerto encerra com "La mer, trois esquisses symphoniques", de Claude Debussy, estreado em 1905,uma das obras emblemáticas deste compositor francês.

    A direcção musical está a cargo de Takuo Yuasa, cuja versatilidade é reconhecida por orquestras de todo o mundo, que o convidam para dirigir tanto o repertório standard como obras menos conhecidas de grandes compositores.

    Este maestro japonês possui igualmente uma carreira discográfica bem sucedida como artista exclusivo da Naxos.

    Nascido em Osaka, Takuo Yuasa estudou piano, violoncelo, flauta e clarinete na sua cidade natal, antes de partir, aos 18 para a Universidade de Cincinnati (EUA), onde concluiu a Licenciatura em Teoria e Composição, tendo-se mudado mais tarde para a Europa para estudar direcção.
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