Açoriano Oriental
Carvalho da Silva considera revolta árabe "um sinal" que vai passar "para cá"
O líder da CGTP disse hoje, perante trabalhadores da IFM/Platex, de Tomar, que “os povos vão ter que se voltar contra” o processo de “agiotagem” a que o país está submetido, considerando a luta dos povos árabes “um sinal”.
Carvalho da Silva considera revolta árabe "um sinal" que vai passar "para cá"

Autor: Lusa / AO online

Carvalho da Silva falava num almoço para celebrar o sucesso da luta desencadeada pelos trabalhadores da IFM/Platex, que regressou à atividade no início deste mês depois de parar a laboração em abril de 2009.

“Isto é um sinal e as coisas também têm de passar, em moldes certamente diferentes, para o lado de cá”, disse Carvalho da Silva, depois de referir o movimento de contestação em curso em vários países árabes, e sublinhando que o país não pode submeter-se ao “processo de agiotagem” que o leva a pagar juros superiores a 7 por cento.

Para o líder da central sindical, Portugal tem que ter Governos que “deixem de andar a fazer estes fretes ao capital e se voltem para as coisas concretas”, como a produção de bens e serviços “úteis”.

Como exemplo, apontou a luta desenvolvida pelos quase 200 trabalhadores da IFM/Platex, que, desde a paragem da laboração, se desdobraram em ações e contactos, num esforço para que a empresa - a única a produzir este tipo de platex no país e com 60 por cento de exportação da sua produção - não encerrasse definitivamente.

O plano de recuperação apresentado pelo Grupo Investwood durante o processo de insolvência permitiu o regresso à atividade, assegurando 100 postos de trabalho.

Alguns dos ex e atuais trabalhadores reuniram-se hoje num almoço de confraternização, que contou com a presença de sindicalistas e ainda do deputado do PCP eleito pelo distrito de Santarém, António Filipe, que saudou a sua “grande coragem e determinação”.

“São um grande exemplo para todos os trabalhadores do país. A prova de que lutando é possível vencer”, disse.

Carvalho da Silva frisou que os trabalhadores devem levantar-se contra a retirada de direitos em nome da crise e afirmou que “o roubo está instituído”.

Por outro lado, considerou uma “vigarice” a nova organização económica da União Europeia, que, no seu entender, tem apenas por objetivos “mexer no mercado de trabalho, para liberalizar e desregulamentar, e estoirar com os sistemas de Segurança Social” construídos na Europa.

Para Carvalho da Silva, só a luta organizada, nomeadamente através dos sindicatos, pode travar o retrocesso que está em curso, pelo que deixou um apelo à participação na jornada de luta que a CGTP está a organizar para 19 de março em Lisboa.

“Dia 19 é possível fazer uma grande manifestação, uma grande expressão de indignação e protesto”, disse, sublinhando que é preciso “mobilizar, criar esperança na sociedade”.

PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados

Este site utiliza cookies: ao navegar no site está a consentir a sua utilização.
Consulte os termos e condições de utilização e a política de privacidade do site do Açoriano Oriental.