Açoriano Oriental
Cáritas propõe tectos máximos para preços de bens de consumo
A Cáritas Portuguesa defende a intervenção do Estado na fixação de tetos máximos nos preços, nas margens de lucro das empresas, para evitar discrepâncias nos valores dos bens de consumo que penalizam os mais pobres.

Autor: Carmo Rodeia
 

"Devia, efetivamente, haver um cuidado maior na regulação dos preços, colocando tetos máximos nesses mesmos preços", sustentou, em declarações à agência Lusa, o presidente da instituição católica de assistência social, Eugénio Fonseca, assinalando que "a entidade reguladora, por direito, é o próprio Estado".

"A livre concorrência tem que ter limites, tem que ser sempre no sentido de bem comum, não pode ser desregulada", acentuou o responsável da Cáritas Portuguesa.

A Cáritas Portuguesa, pela voz do seu presidente, reagiu assim a um estudo divulgado na quarta feira pela associação de defesa dos consumidores DECO, segundo o qual a diferença entre cabazes de compras pode chegar aos 800 euros anuais numa mesma cidade.

O estudo refere ainda que o Norte e o Centro são as regiões com preços mais baixos, sendo o Jumbo o hipermercado mais barato.

Para Eugénio Fonseca, "o que está em causa é a obtenção de maior lucro".

Portanto, "os preços não são na proporção dos rendimentos das pessoas e são sempre os mais pobres ou os que têm dificuldade em aceder a determinados alimentos de qualidade que não os procuram [esses bens] ou, então, veem ainda mais reduzidos os seus próprios rendimentos em gastos que poderiam ser perfeitamente controlados".

Embora, de acordo com o responsável, "as pessoas possam ter sempre a opção de escolher onde adquirirem os produtos, não têm a capacidade de auscultação de mercado como, por exemplo, fazem as instituições, que já vão regulando os preços, na procura das melhores condições, através das centrais de compras que vão criando".

 

Mas, frisou, “o cidadão comum não o pode fazer" e "a tendência para subir os preços é maior nas regiões onde os índices de consumo são maiores".

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