"Em certos casos, vamos colocar algumas dessas pessoas no sistema, mas há um número elevado de pessoas (indocumentadas) no Canadá, daí que terá de ser um número limitado, num projeto-piloto", disse John McCallum, sem adiantar mais pormenores.
O ministro falava à Lusa, na quinta-feira à noite, durante o jantar de Natal numa rádio multicultural, em Toronto, a CIRV Rádio, que emite nove horas diárias em língua portuguesa.
Calcula-se que existem só na Grande Área de Toronto, cerca de 100 mil a 250 mil trabalhadores estrangeiros indocumentados.
Num balanço do ano de 2016, e nas mudanças efetuadas aos programas de imigração pelo seu ministério, John McCallum destacou a redução do tempo de espera nos vistos para residentes permanentes patrocinados por um cônjuge, que habitualmente demoram dois anos, e em 2017 o tempo será reduzido para 12 meses.
"Reduzimos o tempo de espera para os cônjuges para a reunificação de famílias, que era de dois anos e passámo-lo para um ano. Portanto, é metade do tempo", afirmou.
O Governo canadiano anunciou no dia 08 de dezembro que em 2017 cerca de 64 mil cônjuges e dependentes devem ficar com o estatuto de residentes permanentes no país.
Outra das medidas que John McCallum destacou foi permitir que os estudantes internacionais tenham mais facilidades no acesso à residência permanente.
"Estamos a dar-lhes pontos para o programa Entrada Expresso para que, desse modo, se possam tornar residentes permanentes. Há muitas coisas que estamos a fazer, mas julgo que estes dois pontos são os mais importantes", sublinhou.
Quanto a 2017, o ministro da Imigração, que também tem a pasta da Cidadania e dos Refugiados, destacou que, apesar do "muito já foi feito", ainda "é preciso ser feito muito mais", existindo alguns desafios, como a "redução do tempo do processamento dos ficheiros, melhoramentos no site da imigração e o nível de serviço".
O exame linguístico de inglês ou francês, as línguas oficiais do Canadá, obrigatório para todos aqueles que pretendem adquirir a cidadania canadiana e a residência permanente através de contrato, tem sido uma barreira para muitos trabalhadores estrangeiros temporários, mas o ministro argumentou ser necessário, embora admita que “pode ser debatido".
"Achamos que ter conhecimentos a um certo nível de inglês é importante para se tornar em cidadão canadiano. Também está provado que no mercado laboral, se tiverem conhecimentos em inglês ou francês, é melhor se tiverem essa capacidade. Não queremos acabar com o teste, mas queremos debater o nível de teste e as margens, se for mais fácil ou difícil. Acho que é uma parte importante do nosso sistema", concluiu.
