Autor: Susete Rodrigues/AO Online
"Depois de estar na Terceira e no Faial, no mesmo registo, o Governo Regional desdobra-se para fazer anúncios de obras, apresentações de projetos, lançamentos de concurso, assinatura de contratos de concursos, colocação de primeiras pedras, visitas a obras, entradas em funcionamento e inaugurações”, afirmou António Lima, citado em nota, acrescentando que o executivo "não conseguiu enquadrar a Calheta em nenhuma destas tipologias das suas ações de propaganda".
“É essencial que um Governo em fim de mandato preste contas às pessoas, e mais do que fazer anúncios propagandísticos, em vésperas de eleições é preciso apresentar contas e explicar às pessoas porque é que este ‘mamarracho’ continua aqui”, disse António Lima, que lembra que as galerias comerciais estão ao abandono desde 2011.
“Todos
os prazos têm sido queimados: em
dezembro de 2017, o Governo Regional estabelecia um prazo máximo de
quatro meses, a partir da data de licenciamento da obra pela
autarquia, para se iniciar a demolição dos edifícios das galerias
comerciais. Tendo
o projeto sido aprovado em maio de 2019, e o licenciamento aprovado
em setembro de 2019, estes quatro meses foram ultrapassados há muito
tempo”, aponta António Lima, que considera incompreensível que
não haja explicações por parte do Governo Regional – nem por
parte da Câmara Municipal de Ponta Delgada – sobre estes
sucessivos atrasos", lembra o coordenador do BE/Açores.
“Não havia melhor oportunidade do que uma visita de trabalho do Governo Regional a São Miguel para explicar às pessoas porque é que tudo está na mesma. As pessoas da Calheta merecem esta explicação”, frisou.
O BE considera que o atraso se deve ao facto de o interesse económico estar a sobrepor-se à vontade e ao interesse das pessoas, e António Lima teme que os impactos negativos da pandemia no turismo façam arrastar este processo ainda mais, porque a construção de mais um hotel neste espaço dificilmente irá avançar nos próximos tempos.
O BE reitera que nunca foi a favor da construção de um hotel naquela zona, porque vai roubar muita área ao espaço público, mas salienta que no ponto em que está o processo “é preciso é que ele avance” e que não se encontrem mais desculpas.
Quanto a outras soluções, o BE lembra que o Governo Regional assinou um contrato de concessão com os promotores privados, e que se estes não cumprem a sua parte, tem que haver consequências. Mas para isso “é preciso haver coragem”, coisa que “não tem havido nem por parte do Governo Regional nem por parte da Câmara Municipal de Ponta Delgada”.
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