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BE alerta para dificuldades no acesso aos cuidados de saúde

O Bloco de Esquerda/Açores entregou hoje uma queixa ao provedor do utente da Saúde, alertando para as dificuldades de acesso a cuidados médicos e à falta de recursos humanos em todas as ilhas do arquipélago.

BE alerta para dificuldades no acesso aos cuidados de saúde

Autor: Lusa/AO Online

O documento foi entregue esta tarde, durante uma reunião com o provedor do utente da Saúde, que decorreu em Ponta Delgada.

Em declarações à agência Lusa, o coordenador regional do Bloco de Esquerda (BE) dos Açores, António Lima, explicou que a queixa decorre do conhecimento de dados que dão conta de um “crescimento das dificuldades” no acesso a cuidados de saúde na região.

“Um acesso de saúde que está muito dificultado nos Açores e que com a pandemia tem ficado ainda mais dificultado. É óbvio que a pandemia tem uma influência e um impacto negativo, mas é verdade que muito antes disso, fruto da falta de investimento no Serviço Regional de Saúde (SRS), o acesso já estava dificultado”, apontou.

Segundo o BE, que cita o último relatório (junho) do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia da Região Autónoma dos Açores (SIGICA), verifica-se que há 12.809 açorianos a aguardar por uma cirurgia no SRS e que cada utente espera 532 dias por uma cirurgia.

Para os bloquistas, este problema deve-se à falta de recursos humanos no SRS, nomeadamente médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e assistentes operacionais.

Para fazer face a este problema, António Lima defendeu a necessidade de criar incentivos que ajudem a atrair e fixar médicos na região.

“Existe um incentivo à fixação, mas que é apenas de três anos e que é muito limitado no tempo e que, obviamente, não promove a fixação a longo prazo, mas apenas a curto prazo”, apontou.

António Lima é o cabeça de lista do Bloco de Esquerda pelos círculos de São Miguel e de compensação nas eleições regionais de 25 de outubro.

Nas anteriores legislativas açorianas, em 2016, o PS venceu com 46,4% dos votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra 30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do CDS-PP (quatro mandatos).

O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um.

Nas eleições regionais açorianas existem nove círculos eleitorais, um por cada ilha, mais um círculo regional de compensação que reúne os votos que não foram aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos de ilha.

O PS governa a região há 24 anos, tendo sido antecedido pelo PSD, que liderou o executivo regional entre 1976 e 1996.

Vasco Cordeiro, líder do PS/Açores e presidente do Governo Regional desde as legislativas regionais de 2012, após a saída de Carlos César, que esteve 16 anos no poder, apresenta-se de novo a votos para tentar um terceiro e último mandato como chefe do executivo.


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