Autor: Lusa/AO Online
O Ministério da Saúde de Gaza publicou na rede social Telegram, várias fotografias da campanha, que começou na região central do enclave e numa primeira fase vai estender-se nesta área até 17 de outubro, embora possa ser prorrogada por mais um dia, se necessário.
Posteriormente, a campanha será deslocada para o sul da Faixa de Gaza, para as regiões de Khan Younis e Rafah, de 19 a 22 deste mês. A terceira fase terá lugar na região da Cidade de Gaza e no norte do enclave - agora palco de uma grande operação militar israelita -, de 22 a 25 de outubro.
Esta será a segunda e última ronda de imunização contra a poliomielite na Faixa de Gaza, que tem como objetivo complementar a vacinação das crianças palestinianas.
As autoridades palestinianas indicaram no domingo que o sucesso desta campanha depende da trégua humanitária acordada durante a primeira ronda de imunização de agosto e setembro, embora a vacinação tenha começado horas depois de um bombardeamento realizado pelo exército israelita contra o Hospital dos Mártires de Al-Aqsa (Deir al-Balah), no centro da Faixa de Gaza.
O Ministério da Saúde de Gaza confirmou pelo menos quatro mortos e 40 feridos num bombardeamento contra tendas que foram instaladas no interior do hospital para acomodar pessoas deslocadas pela ofensiva militar de Israel no enclave e destacou que a maioria das vítimas "são crianças e mulheres”.
“Reiteramos o nosso apelo às instituições internacionais e das Nações Unidas, bem como às partes envolvidas, para intervirem rapidamente e protegerem os hospitais e o pessoal de saúde da brutalidade e dos crimes da ocupação”, referiu o ministério.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou em agosto um caso de poliomielite num bebé de dez meses no centro do enclave palestiniano em plena ofensiva israelita, o primeiro caso deste tipo confirmado na Faixa de Gaza em 25 anos. O poliovírus foi detetado em amostras ambientais em Khan Yunis e Deir el-Balah.
A ofensiva de Israel contra Gaza foi lançada após os ataques do Hamas em 07 de outubro de 2023, que fizeram cerca de 1.200 mortos e quase 250 sequestrados, segundo as autoridades israelitas.
Desde então, mais de 42.200 palestinianos morreram, como indicaram as autoridades de Gaza, além de mais de 750 palestinianos mortos às mãos das forças de segurança israelitas e em ataques realizados por colonos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.