Autor: Lusa/Ao online
A audição, que tinha sido adiada para a manhã de hoje, serviu para analisar o Relatório e Contas da empresa pública de transporte marítimo de passageiros, assim como a gestão da empresa, que o administrador garante ser “eficiente e transparente” e que “tenta sempre cumprir a sua missão – o serviço público de transporte de passageiros e veículos”.
Carlos Faias destacou que 2017 foi um ano “atípico” para a empresa, mas que foi possível diminuir o prejuízo previsto, que acabou por ser de 2,6 milhões de euros negativos, num ano em que a Atlânticoline teve de fretar dois navios para a operação sazonal, depois de uma desistência de um fornecedor, resultando num encargo superior em cerca de 1 milhão de euros.
O resultado é uma inversão dos resultados líquidos positivos de anos anteriores, mas uma “utilização racional dos recursos [da empresa] permitiu uma redução na ordem de 23% relativamente àquela que tinha sido a estimativa de resultados negativos para o ano de 2017”.
A operação global da companhia de transporte marítimo registou um aumento de 6% no transporte de passageiros e 10% no transporte de viaturas, o que conduziu a um aumento de 11% em receitas próprias.
No ano 2017, conforme acordado com o Governo Regional, o apoio dado pelo executivo açoriano foi de 8 milhões de euros, uma vez que não foram pagos os primeiros quatro meses da operação.
Para o próximo ano, está previsto que seja feito o pagamento da verba de 10 milhões de euros que foi contratualizada.
O presidente do Conselho de Administração da transportadora marítima admite que a despesa de fretamento é um inconveniente e avança que o Governo Regional se comprometeu com a aquisição de duas embarcações, uma das quais deverá acontecer ainda este ano.
O navio que deverá substituir o Mestre Simão, que encalhou no porto da Madalena em 6 de janeiro de 2018, terá características semelhantes, mas prevê o transporte de mais viaturas, incluindo duas viaturas pesadas, para responder à crescente procura deste serviço.
Questionado sobre a greve dos marinheiros, Carlos Faias revelou que esta se deve a reivindicações acerca do sistema de avaliação de desempenho, que a empresa pretende indexar à evolução de carreira dos trabalhadores, e a aumentos salariais, que o sindicato insiste que devem ser de 15% do vencimento base.
As exigências salariais do sindicato são “incomportáveis” para a empresa, perfazendo um aumento na despesa na ordem dos 900 mil euros, mas esta está disponível para chegar a acordo com as entidades sindicais.
Em declarações aos jornalistas, Carlos Faias diz que, apesar das visões “incompatíveis”, a empresa ainda “não atirou a toalha ao chão” e tem vindo “a liderar o processo”, já que foi a “Atlânticoline que quis rever o acordo da empresa, de 2008, que vem da ex-Transmaçor”.