Açoriano Oriental
ATA pede plano estratégico no turismo para os próximos 5 anos

Presidente da Associação Turismo dos Açores considera que plano deve estar adaptado à nova realidade decorrente da pandemia. Carlos Morais quer que governo repense estratégia no setor e se defina em relação à ATA

ATA pede plano estratégico no turismo para os próximos 5 anos

Autor: Paulo Faustino

O presidente da Associação Turismo dos Açores (ATA), Carlos Morais, considera ser “emergente” a conceção de um plano estratégico neste setor para os próximos cinco anos, adaptado à nova realidade decorrente da pandemia de Covid-19.

O responsável da ATA abriu ontem a primeira edição do VisitAzores Tourism Forum, um encontro que, a partir do Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, pretende apontar caminhos para o futuro através das grandes lições a retirar de vinte meses de pandemia. Mas também fomentar o desenvolvimento e inovação na promoção do território, dando a conhecer aos responsáveis do setor na Região alguns ‘case study’ de sucesso em termos de modelo de turismo sustentável, como é o caso da Costa Rica, país centro-americano de grande potencial turístico que está valorizado como um dos destinos mais visitados do mundo.

E neste momento de viragem, em que o turismo começa a dar sinais de reativação à escala global, Carlos Morais alertou para o imperativo de se fazer uma “reflexão para o futuro”.

“Tem o Governo Regional dos Açores, a muito breve trecho, de repensar a nossa estratégia no setor e definir o seu posicionamento no que diz respeito a esta associação”, ressalvou o responsável, enfatizando as dificuldades e os desafios com que os empresários turísticos se debatem nos Açores para se manterem no mercado com o nível de oferta desejável.

Para a ATA, a pandemia reforçou aquilo que 2019 já sinalizava, ou seja, todos os caminhos da promoção e da comercialização dos destinos passam pela digitalização.

Na altura, também falou o secretário regional dos Transportes, Turismo e Energia, Mário Mota Borges, para deixar claro que os Açores precisam de potenciar a sua imagem turística e afirmar uma marca de identidade “forte e consistente”, de modo a garantir o seu adequado posicionamento a nível internacional.

“Será fundamental caminharmos para um modelo de turismo inteligente onde as decisões são suportadas por dados fidedignos e atualizados, onde a margem de erro se esbate e se consegue aferir de forma precisa a eficiência de cada iniciativa e de cada medida”, vincou. O governante acredita que tal será necessário para se ter uma estratégia de diversificação e valorização do destino, distribuição dos fluxos turísticos pelas nove ilhas  e,  tendencialmente, ao longo de todo o ano.

Perante as incertezas que ainda decorrem da Covid-19, Mota Borges garantiu aos empresários turísticos que o Governo Regional ajudará a mitigar os efeitos da pandemia na sazonalidade, assim como investirá na dinamização das épocas baixas. A isso acresce que “estaremos empenhados na estruturação e qualificação do nosso produto turístico como fator de valorização e diferenciação do nosso destino”.

Mota Borges elogiou ainda a “postura dinâmica da ATA” e “o bom trabalho” que tem sido levado a cabo, em circunstâncias adversas, por todos os agentes do setor visando a consolidação dos Açores como destino sustentável e de “excelência”.

Por seu lado, em mensagem por vídeo, a secretária de Estado do Turismo desafiou os parceiros da atividade turística na Região a partilharem globalmente o conhecimento que já detêm pelo facto dos Açores terem sido o primeiro arquipélago no mundo a alcançar certificação internacional de destino sustentável.

“Penso que Portugal e os Açores devem ter a ambição de partilhar conhecimento, garantindo que amanhã, não só possamos ser reconhecidos como melhores destinos turísticos no que às práticas de sustentabilidade e digitalização dizem respeito, mas possamos também partilhar esse conhecimento, garantindo que outros países, outras geografias, outras ilhas possam usufruir desse reconhecimento”, destacou Rita Marques.

A secretária de Estado entende que, se os Açores querem liderar nesta matéria, têm de garantir que partilham o seu conhecimento, “influenciando e ajudando outros a atingir esse desígnio, que é um desígnio maior”.

Dirigido aos parceiros da atividade turística e juntando especialistas em marketing e turismo, de dentro e  fora da Região, o VisitAzores Tourism Forum, inspirando-se no bom exemplo da Costa Rica, desenvolveu vários temas como o ‘place branding’, a inovação e a transição digital, o posicionamento da marca, a procura turística e a sustentabilidade.

No encontro intervieram, entre outros, Carolina Leñero (diretora da Marca País da Costa Rica) e José Filipe Torres (CEO da Bloom Consulting” que falaram sobre “O Place Branding e a sua Aplicação; Costa Rica, Um Caso Mundial”, Filipe Silva (administrador do Turismo de Portugal) e Luís Capdeville Botelho (Diretor Executivo da ATA).
O evento inclui a realização, hoje no Teatro Micaelense, de algumas Master Class relacionadas com fundos comunitários, ferramentas de informação, promoção digital e marketing digital.


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