Autor: Lusa/AO online
“Este é um corte muito acentuado. Podemos perceber as razões que o Governo queira apresentar, mas obviamente que a nós compete-nos como defensores do setor mostrar a nossa indignação”, afirmou Jorge Rita aos jornalistas, após uma reunião com o secretário regional dos Recursos Naturais.
Para o representante dos agricultores micaelenses, todos os cortes feitos nos custos de produção "têm sempre efeito negativo no rendimento”, alegando que esta decisão do Governo açoriano “vai criar um problema grande” e “merece outras medidas de apoio”.
“As ajudas que estão sendo dadas pelo Governo Regional neste momento são inferiores aquilo que o Governo Regional já nos tirou este ano”, disse Jorge Rita, acrescentando que além deste corte de dois milhões de euros no gasóleo acresce a retirada de mais um milhão de euros para a importação de cereais.
Jorge Rita recordou que a agricultura é um “setor vital” na economia regional e merece, por isso, uma atenção especial.
O secretário regional dos Recursos Naturais, Luís Neto Viveiros justificou que a decisão agora tomada ao nível do gasóleo agrícola se prende com a necessidade de “efetuar alguns ajustamentos” internos.
“É uma medida de reajustamento que foi necessário tomar nesta fase da vida da agricultura e da secretaria. Estamos naturalmente atentos às implicações que isso tem no setor”, disse Luís Neto Viveiros.
Na reunião esteve ainda em discussão as condições atmosféricas e os apoios, a atual situação do setor leiteiro na região e a possibilidade de se criar um fórum para debater o desmantelamento da quota leiteira, envolvendo produtores, executivo, industriais, distribuidores e consumidores.