Autor: Lusa/AO Online
Em declarações aos jornalistas, após uma reunião com a ministra da Defesa, Helena Carreiras, na sede da Presidência, em Ponta Delgada, o líder do executivo regional lembrou que a defesa nacional assume “hoje, cada vez mais” uma função de proteção ambiental.
“Entre a ideia de preservação da biomassa, da biodiversidade, da coluna de água e do nosso mar, precisamos, para além do normativo, ter meios de fiscalização quanto ao cumprimento. Esta é expectativa e o grande desafio que também é lançado para presente e futuro no papel das Forças Armadas”, afirmou.
Bolieiro alertou para a “necessidade de meios” que assegurem a “vigilância e fiscalização” do “mar dos Açores e das futuras áreas de reserva marinhas protegidas para a defesa da biodiversidade”.
Ao longo dos últimos meses, o Governo Regional tem promovido reuniões com várias entidades para definir as áreas marinhas protegidas, entre as quais a Federação das Pescas dos Açores, o Observatório do Mar dos Açores, a Direção Regional do Ambiente, a Fundação Oceano Azul e a Sociedade Portuguesa do Estudo das Aves.
José Manuel Bolieiro tem insistido em que o Governo dos Açores pretende ter 30% de áreas marinhas protegidas no mar da região até 2023, uma meta “mais ambiciosa” do que a definida pela União Europeia.
Esta terça-feira, o líder regional “congratulou-se” com o reforço de meios para as Forças Armadas no arquipélago, anunciado pela ministra da Defesa.
Na segunda-feira, Helena Carreiras avançou que a base aérea número 4, nas Lajes, nos Açores, deverá ter, até ao final do ano, uma segunda tripulação para operar os helicópteros EH-101, que fazem missões de busca e salvamento.
A Força Aérea portuguesa tem dois helicópteros EH-101 Merlin colocados na base aérea número 4, mas apenas uma tripulação fixa.
A atribuição de uma segunda tripulação é uma reivindicação antiga das autoridades regionais.
Após a reunião com Bolieiro, Helena Carreiras considerou que a relevância geoestratégica dos Açores é “crescente”, reforçando que as “ameaças” vêm do leste e do sul e reiterando a importância de proteger o espaço marítimo.
“Creio que nunca como agora percebemos a relevância do Atlântico e da nossa posição atlântica enquanto fator estratégico, de potencial para o país, também face aos desafios que temos de enfrentar neste espaço do Atlântico”, assinalou a ministra.