Açoriano Oriental
Abrir em pleno a urgência do hospital de Ponta Delgada é “desconhecer a realidade”

O responsável pela Ordem dos Médicos nos Açores, Carlos Ponte, considerou que dizer que é possível abrir em pleno a urgência no hospital de Ponta Delgada é “desconhecer a realidade” de uma estrutura que já estava obsoleta

Abrir em pleno a urgência do hospital de Ponta Delgada é “desconhecer a realidade”

Autor: Lusa/AO Online

“Dizer que se pode abrir a urgência é não estar dentro da realidade”, afirmou Carlos Ponte, salientando que esse serviço do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) “há muito que estava obsoleta”.

Carlos Ponte intervinha na comissão de Assuntos Sociais do parlamento dos Açores, na sequência de um requerimento apresentado pelo PS/Açores sobre a situação no hospital de Ponta Delgada.

O Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, o maior dos Açores, foi afetado por um incêndio no dia 04 de maio, que obrigou à transferência de todos os doentes internados para outras unidades de saúde, incluindo para fora da região.

Os prejuízos na infraestrutura, que está a retomar a atividade de forma gradual, foram estimados em 24 milhões de euros.

O hospital modular instalado junto ao hospital de Ponta Delgada, nos Açores, abriu o serviço de urgências no início de setembro.

Na altura, o Governo Regional estimou que deveria estar a funcionar em pleno “no último trimestre” do ano.

Também numa intervenção na comissão de Assuntos Sociais, Maria Inês Leite, médica cirurgiã, que integra a direção da Ordem dos Médicos, considerou, por seu turno, que a opção pela estrutura modular “dá maior resposta a doentes com mais complexidade”, apesar de não ser ideal.

“O que existia já não estava bem antes do incêndio no HDES”, já não estava “a satisfazer em qualidade aos utentes e próprios profissionais”, referiu Maria Inês Leite, lembrando que o hospital tem 25 anos e foi projetado há 40.

Insistindo que a unidade “estava deficitária em termos de infraestruturas e espaço”, a médica considerou que o “principal desafio é voltar a juntar tudo no HDES, profissionais e utentes”.

Relativamente à construção do hospital modular, a médica Maria Inês Leite admitiu que o tamanho da atual urgência não é a situação ideal, “mas está a funcionar e a dar resposta”.

“Vamos ter uma área com a urgência toda no mesmo sitio, melhorando a orgânica, como o funcionamento”, disse.

Carlos Ponte referiu também, por outro lado, que a recuperação de lista de espera no HDES foi retomada e que a cirurgia ambulatória vai permitir diminuir listas de espera.

“Têm sido sempre atualizados os critérios de prioridade cirúrgica” com prioridade para os doentes oncológicos, assegurou.


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