Autor: Susete Rodrigues/AO Online
Numa ilha pequena como a Graciosa a preocupação, nestes dias, é muita, e vive-se o dia-a-dia com alguma apreensão. Manuel Avelar, presidente da Câmara Municipal Santa Cruz da Graciosa, revela que a sua maior inquietude são os idosos porque “somos uma ilha com uma população bastante idosa e os nossos lares estão cheios. A comissão local da Proteção Civil já reuniu com todas as entidades, com o apoio da autoridade de saúde local, para que todas as regras sejam cumpridas nos lares”.
Tal como em outras ilhas, também nas freguesias da ilha Graciosa “vê-se pouca gente a andar pelas ruas. Santa Cruz está quase deserta. A nossa ilha é muito pequena, temos uma unidade de saúde com as suas limitações, e estamos todos preocupados” refere o autarca, explicando que “está ativado o nosso plano de emergência, e a população está a cumprir com todas as regras”. Mais do que isso, Manuel Avelar frisa que “estamos convencidos que a população, principalmente nos últimos dias, está a tomar consciência da gravidade da situação. Penso que as pessoas ficaram mais alertas aquando do primeiro caso nos Açores e quando se soube dos casos de São Jorge, uma ilha muita próxima de nós”.
Uma forma que a autarquia encontrou para fazer chegar a mensagem a toda a população da ilha, por exemplo, da importância de lavar as mãos, foi através da rádio local e da distribuição de panfletos.
Manuel Avelar
adianta que uma boa notícia é o facto de na ilha não estarem muitos
visitantes. “Na sexta-feira passada embarcaram cerca de nove pessoas,
eram emigrantes, mas para o voo daquela tarde já não havia ninguém para
sair da ilha, como também não veio mais pessoas para cá”. Os últimos
foram mesmo os estudantes que “tiveram o bom senso e estão recolhidos
nas suas casas, até para dar o exemplo, porque este é um meio muito
pequeno e é bom que os estudantes deem o exemplo”.
A Câmara de Santa
Cruz está com os serviços mínimos. A funcionar estão apenas o “serviço
da água, da recolha de resíduos, a limpeza urbana e todo o resto é feito
através das linhas telefónicas”, conta o autarca, acrescentando que há
stocks na ilha até porque “o navio descarregou na sexta-feira. À nossa
dimensão os supermercados e a farmácia estão a funcionar dentro das
regras e com as pessoas a serem ordeiras”.
A finalizar, Manuel Avelar
confessa o receio de que “não aconteça nenhum caso positivo na ilha e
que esta situação não se prolongue por muito mais tempo”, pese embora
“termos que ser realistas porque ainda não atingimos o pico deste vírus.
Penso que o estado de emergência decretado terá que se prolongar,
porque nada se resolverá nestes 15 dias”.