Autor: Lusa/AO Online
O ‘Departament de Salut’ [equivalente regional do ministério da Saúde] fala em 465 feridos “relacionados com as cargas dos corpos policiais durante a jornada do referendo”.
“O Serviço de Emergências Médicas (SEM), os centros de cuidados continuados e os hospitais atenderam um total de 465 pessoas. Os dois feridos em estado mais grave estão nos hospitais de Sant Pau e Vall d’Hebron”, informou em comunicado.
A mesma nota, publicada no site oficial do Departament de Salut, informa que 216 dos feridos foram atendidos na região de Barcelona, 80 em Girona e 64 em Lleida.
Um dos casos mais graves é o de uma pessoa ferida num olho por um projétil de borracha (em forma de bola), que foi operada no hospital de Sant Pau.
A meio da tarde os Serviços de Saúde da Catalunha informaram que o número de pessoas feridas nos distúrbios ascendia a 91 pessoas, um número muito inferior ao que o governo regional catalão estava a divulgar nessa altura: 337.
Um porta-voz dos Serviços de Saúde catalães confirmou que tinham dado entrada nos hospitais e centros de saúde 337 pessoas, mas que muitas delas tinham sido atendidas por se terem sentido mal ou por problemas ligeiros [tonturas, ataques de ansiedade, indisposições].
“Entre estes [337] contam-se 90 feridos e um ferido grave, num olho”, indicou a mesma fonte.
A justiça espanhola considerou ilegal o referendo pela independência convocado para hoje pelo governo regional catalão e deu ordem para que a polícia regional fechasse os locais de votação.
Face à inação da polícia regional em alguns locais, foram chamadas a Guardia Civil e a Polícia Nacional espanhola. Foram estes corpos de polícia de âmbito nacional que então protagonizaram os maiores momentos de tensão para tentar impedir o referendo.
A Guardia Civil e a Polícia Nacional espanhola realizaram cargas policiais e entraram à força em várias assembleias de voto que tinham sido ocupadas por pais, alunos e residentes, numa tentativa de garantir que os locais permaneceriam abertos.
Estas forças retiraram pessoas que ocupavam locais de votação, tendo mesmo ocupado o pavilhão desportivo da escola em Girona onde deveria votar o líder da Generalitat, Carles Puigdemont.
O presidente catalão acabaria por votar noutro local.