Açoriano Oriental
Defesa
Zona Militar dos Açores reclama mais e melhores meios
As novas exigências ao nível da defesa territorial por via das contínuas alterações inerentes à globalização e novas formas de ameaça, mas também o auxílio às populações em caso de catástrofe natural, a par de muitas outras actividades viradas para o exterior da instituição, legitimam e reforçam a importância da presença da instituição militar na Região.

Autor: Rui Leite Melo
Mas tanto legitimam como salientam a necessidade de mais e melhores meios.
Esta foi a ideia emergente da intervenção ontem proferida pelo comandante da Zona Militar dos Açores (ZMA), Cameira Martins, no âmbito das cerimónias comemorativas do Dia da ZMA, e que foram presididas pelo Representante da República para os Açores, José António Mesquita.
Em jeito de balanço, o comandante da Zona Militar dos Açores começou por defender a continuada importância geoestratégica dos Açores que, “independentemente das mudanças de conjuntura internacional será sempre a melhor ‘stepping stone’ entre a América do Norte e a Europa, o que justificou e justificará a presença militar como materialização de soberania nacional”. A par desta ideia, Cameira Martins salientou também o papel da estrutura militar nas tarefas de socorro e apoio à população civil, bem como as intervenções de cariz social e inclusive cultural, funções que, na sua opinião, reforçam os laços entre a sociedade e a instituição.
Mas logo - acrescentaria o comandante da ZMA - “ perante este espectro tão diversificado de missões, as nossas expectativas aumentam e para tal torna-se necessário que o processo de transformação para a Zona Militar dos Açores em termos organizativos, quadros orgânicos e de pessoal sejam revistos, e dispor de armamento e equipamento moderno, projectável para tornar possível uma efectiva capacidade de resposta, permitindo assim aumentar o nível de categorização das nossas forças nos três vectores da missão: soberania , política externa e interesse público”.
Um dos destinatários dessas palavras seria o general Pinto Ramalho, chefe do Estado -Maior do Exército, presente em Ponta Delgada para as cerimónias comemorativas do Dia da Zona Militar dos Açores. Numa breve intervenção, Pinto Ramalho foi particularmente elogioso com a Zona Militar dos Açores, porque “ao longo do último ano desenvolveu um notável trabalho no cumprimento da sua missão”, nomeadamente na resposta ao apoio às populações, protecção ambiental e, em especial, ao recrutamento e formação de pessoal. Neste aspecto refira-se que em 2008 verificou-se o maior registo de praças desde o fim do serviço militar obrigatório. Um estímulo para o actual processo de transformação nos Açores de uma instituição que se adapta aos novos tempos e solicitações.
As cerimónias do Dia da ZMA  decorreram este ano nas Portas do Mar, um espaço que vai ao encontro do desejo expresso de uma crescente proximidade entre a instituição militar e a sociedade civil.  Neste contexto, a efeméride ficou marcada por diversas iniciativas abertas ao público, nomeadamente a exposição temática “Militares Ilustres Açorianos”, uma outra de pintura de jovens da escola de Martim Cymbron, além de uma mostra fotográfica sobre o Forte de São Brás, que consta de um livro ontem lançado.
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