Açoriano Oriental
Fabricado por Antonio Stradivari
Violoncelo "Fleming" vai a leilão na internet
Um violoncelo fabricado por Antonio Stradivari em 1717 e segurado em cerca de dois milhões de euros vai ser leiloado na internet no próximo mês, noticiou o jornal The Times.
 Violoncelo "Fleming" vai a leilão na internet

Autor: Lusa/AO online
Segundo o diário londrino, o violoncelo, conhecido no mundo musical como "Fleming", é um dos 60 feitos por Stradivari actualmente existentes.

    O nome do instrumento deve-se a que o seu último proprietário foi a falecida violoncelista britânica Amaryllis Fleming, meia irmã do criador de James Bond, Ian Fleming, e filha do pintor britânico Augustus John.

    Jason Price, da Tarisio, leiloeira de instrumentos musicais de Nova Iorque, assinalou que a venda do violoncelo suscitou um enorme interesse, mas é muito difícil que um músico particular possa vir a comprá-lo.

    "Estamos mais em crer na possibilidade de um grupo investidor ou um multimilionário comprar o instrumento para em seguida o emprestar a músicos talentosos", explicou.

    Amaryllis Fleming, falecida em 1999, apreciava este Stradivarius pela sua excepcional musicalidade. O também violoncelista Julian Lloyd Webber, que o tocou há dois meses num concerto, elogiou a sua personalidade.

    O violoncelo mais caro do mundo é também um Stradivarius, o "Bonjour", vendido na Christie's em 1999 por 710.000 euros.

    Há ainda o "Davidov", de que é proprietário o violoncelista Yo-Yo Ma, e o "Duport", que pertenceu a Mstislav Rostropovich, um dos maiores executantes de sempre deste instrumento.

    O "Fleming", fabricado em Cremona, norte de Itália, em 1717, sofreu alguns danos, provavelmente em meados do século XVIII em Madrid, e foi restaurado pelo espanhol José Contreras, o mais reputado especialista do seu tempo.

    O instrumento viajou para a Grã-Bretanha, segundo se crê, durante as guerras napoleónicas e em 1893 foi vendido a Emil Hanna, um conhecido negociante de arte alemã. Passou depois por várias mãos, sobreviveu à Segunda Guerra Mundial e acabou na posse de Amarillys Fleming.

    Nascida em 1925, Amarillys estudou no Royal College of Music e estreou-se nos famosos concertos Proms, sob a direcção de Sir John Barbirolli, em 1953.

    A instrumentista inglesa foi um dos mais destacados intérpretes europeus de violoncelo nos anos 50 e 60 e professora do Royal College of Music, instituição a que será entregue o dinheiro conseguido na venda do "Fleming".
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